Recorde de empregos na construção civil

De tijolo em tijolo a construção civil está edificando um novo panorama para o setor em Curitiba, no Paraná e no Brasil. Os dados do setor em setembro comprovaram isso com números recordes, a começar pelo saldo na geração de vagas que, de janeiro a setembro deste ano, atingiu a marca de 6.878 novos postos com carteira de trabalho assinada (alta de 15,9%).

Pela série histórica da Secretaria Municipal de Trabalho e Emprego, o saldo é o melhor desde 2000. No total, o setor emprega hoje, em Curitiba 50.272 trabalhadores com carteiras assinadas.

Quanto ao desempenho mensal, setembro de 2010, foi confirmado como o 4.º melhor da década (aumento de 0,41%), com 209 vagas geradas na capital. Tal número é o resultado da diferença entre os números de admissões (3.513) e desligamentos (3.304).

O levantamento da secretaria se baseia nos dados apurados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Segundo o secretário municipal do Trabalho e Emprego, Paulo Bracarense, houve aumento de vagas nos quatro níveis de qualificação: superior, técnico e administrativo, operacionais e auxiliares ou aprendizes.

Os dois últimos lideram as contratações realizadas no ano. “As vagas preenchidas, em sua maioria, foram as de funções operacionais, mas é importante frisar que os números em outros níveis de qualificação não subiram pela defasagem profissional que a construção civil também enfrenta”, apontou Bracarense.

“Só na capital, estamos com mais de 17 mil vagas abertas, mas que não foram preenchidas por falta de mão de obra. A maior dificuldade do setor é encontrar técnicos, ou seja, profissionais especialistas como azulejistas e pedreiros especializados”, revela o secretário, confirmando que nesse nível há profissionais faturando acima de R$ 10 mil tamanha é a demanda do setor. “A Prefeitura tem se esforçado para suprir o setor com diversos programas de formação, mas o crescimento do setor exige um esforço ainda maior”, avalia. Ainda conforme o levantamento, 4,4% dos novos postos gerados na construção civil em setembro de 2010, foram admissões por primeiro emprego.

Resgate

Sobre a capacitação, o Instituto de Engenharia do Paraná (IEP) está desenvolvendo um programa com o nome provisório de Banco de Talentos para motivar engenheiros que atuam em outras áreas a se reciclar e voltar para a construção civil.

“A década de 80 e a seguinte foram perdidas. As obras no País pararam e muito profissionais migraram para outras áreas, daí o vácuo que verificamos entre engenheiros com idades entre 30 e 50 anos”, contextualiza o vice-presidente do IEP, Nivaldo Almeida Neto. “Acreditamos que com esse programa estaremos prestando um grande serviço à sociedade. Além de resgatar o papel de destaque da Engenharia do Paraná no cenário nacional onde sempre fomos uma referência de excelência”.

Sem obras de infraestrutura

Por divisão de atividade econômica da construção civil, o segmento Construção de Edifícios puxou o surgimento dos 209 novos empregos, com um saldo de 382 novas vagas.

Na outra ponta da tabela, porém, a subdivisão de obras de infraestrutura reduziu em 223 o número de postos de trabalho no setor. “É fácil encontrar a razão dessa redução, que foi, sem dúvida, a falta de investimentos em infraestrutura no Estado, nos últimos anos. Simplesmente paralisaram obras estruturais nas diversas áreas estratégicas da portuária à energia, sem esquecer o saneamento básico que também ficou em segundo plano”, lamenta o vice-presidente do IEP.

Para o secretário municipal, a Prefeitura de Curitiba vem fazendo sua missão. “Tem crescido significativamente a contratação de licitações para obras. É só olhar para a cidade e perceber”, defende. Outra divisão avaliada pelo acompanhamento da secretaria foi a de Serviços Especializados para Construção que teve um saldo de 50 novos empregos.

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