O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que um “ajuste fundamental por qual a economia passa é o processo de recomposição do colchão fiscal.” Segundo ele, esse mecanismo foi utilizado pelo acionamento de políticas anticíclicas a fim de atenuar os efeitos contracionistas da crise financeira global.
“A atual agenda da política fiscal tem enfrentado esse desafio por meio de uma série de medidas que incluem, entre outras, cortes de gastos, redução de subsídios, aumento de tarifas públicas e recomposição de impostos regulatórios”, apontou Tombini. “Embora o processo de recuperação dos resultados fiscais venha ocorrendo em velocidade inferior à inicialmente prevista, o sentido do ajuste e a determinação em implementá-lo permanecem os mesmos.”
De acordo com o presidente do BC, o compromisso com a “consolidação fiscal” é peça-chave para a retomada da “trajetória benigna” da dívida pública. “Nesse sentido, uma trajetória de geração de superávit primário que fortaleça a percepção de sustentabilidade do balanço do setor público é fundamental para o ambiente macroeconômico e, portanto, para o crescimento sustentável.” Para ele, esse é um conjunto de medidas que são condições necessárias para fortalecer os fundamentos macroeconômicos do País.
“Contudo, a construção de um futuro mais próspero requer também ações em várias frentes para superar gargalos estruturais à produção, acelerar a taxa de crescimento da produtividade e ampliar a oferta.” Durante o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, apontou que no contexto de recuperação da economia mundial, o Brasil enfrentou desafios, sobretudo com mecanismos de “defesas para o enfrentamento de situações de maior volatilidade.”
Ele destacou “o nosso significativo volume de reservas internacionais e o uso de instrumentos derivativos, como os swaps cambiais, que têm contribuído para promover a estabilidade financeira no Brasil.” Alexandre Tombini participou hoje do X Seminário Anual sobre Riscos, Estabilidade Financeira e Economia Bancária promovido pela Banco Central em São Paulo.
Emprego
O presidente do BC também disse que o processo de distensão no mercado de trabalho tem se acelerado, arrefecendo a estreita margem de ociosidade no mercado de fatores. Essa transformação, que é parte do processo de ajuste macroeconômico em curso, faz com que a evolução da demanda doméstica de bens e serviços ajude a conter a dinâmica de inflação.
Tombini apontou ainda que o crédito tem crescido em um ritmo mais moderado, com relativa estabilidade em relação ao PIB. Isso ocorre de maneira gradual, como é demonstrado pela manutenção de níveis baixos de inadimplência. Ele ressaltou que o sistema financeiro brasileiro está bem provisionado e líquido. “Durante esses diferentes ajustes, a contribuição do Banco Central do Brasil se dá não somente pela condução da sua política monetária, mas também pela sua ação para assegurar a solidez e a eficiência do Sistema Financeiro Nacional”, afirmou.