Recompensa ao PR pelas pontes de Porto Camargo

O ministro dos Transportes, João Henrique de Almeida Sousa, disse ontem, em Curitiba, que o Paraná deverá receber integralmente os R$ 220 milhões previstos no orçamento da União para obras federais no Estado. “O Governo Federal está em débito com o Paraná, que fez sozinho o complexo de pontes de Porto Camargo, uma obra magnífica”, disse o ministro, no encontro com o governador Jaime Lerner, no Palácio Iguaçu. “Vamos dar a contrapartida, transferindo para o Estado o máximo possível de recursos ainda neste ano” afirmou.

O governador Jaime Lerner lembrou que o complexo de Porto Camargo é fundamental para o Paraná e para o desenvolvimento da região Sul, pois abre um novo corredor de transporte com o Centro-Oeste brasileiro. “A contrapartida agora anunciada pelo ministro é uma prova de que o esforço valeu a pena e vai trazer ainda mais benefícios para o Paraná”, afirmou.

O ministro dos Transportes veio a Curitiba para assinar com o governador Jaime Lerner o convênio de delegação das pontes de Porto Camargo para o Paraná. O convênio é uma exigência legal, uma vez que o complexo foi construído sobre o Rio Paraná, na divisa com Mato Grosso do Sul, eixo de uma rodovia federal – a BR-487, conhecida por Estrada Boiadeira.

O empreendimento foi inaugurado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e por Lerner no dia 14 de março deste ano. Considerado a maior obra fluvial da América Latina, com 16.190 quilômetros de extensão, o complexo é formado por cinco pontes que totalizam 2.926 metros e mais 13.264 metros de aterros. O projeto recebeu investimentos de R$ 155 milhões.

Ribeira e Boiadeira

Os novos investimentos, previstos para serem executados com recursos da União, abrangerão rodovias, portos e ferrovia. A previsão é de que R$ 170 milhões sejam aplicados no setor rodoviário, dentro do qual duas obras são prioritárias: a estrada Boiadeira, onde está o complexo de pontes de Porto Camargo, e a Estrada da Ribeira, na Região Metropolitana de Curitiba.

Outros R$ 25 milhões estão previstos para serem aplicados no contorno ferroviário de Curitiba e Região Metropolitana. O Porto de Paranaguá receberá R$ 25 milhões, para um projeto de ampliação do cais acostável. “São áreas que o governo estadual vem modernizando há algum tempo e agora terão mais recursos, trazendo benefícios para a população e para a economia do Paraná”, disse Lerner.

O contorno ferroviário vai tirar o trecho de ferrovias que passa por dentro de Curitiba, ligando Araucária a Almirante Tamandaré, sem passar pela área urbana da capital.

O ministro Souza também anunciou para 75 dias a conclusão do contorno rodoviário de Curitiba. A duplicação do Contorno Sul, com 15 quilômetros, será inaugurada em cerca de 25 dias. A conclusão será feita com a inauguração, em agosto, do contorno Leste, com extensão de 45 quilômetros.

Delegação da administração

Com a delegação assinada ontem pelo governador Jaime Lerner e pelo ministro dos Transportes, João Henrique de Almeida Souza, o Paraná agora é responsável pelo gerenciamento e manutenção do Complexo de Pontes de Porto Camargo. “A assinatura do convênio de delegação é um momento importante, que complementa a inauguração desta importante obra rodoviária”, disse o governador Jaime Lerner.

A exemplo do que já ocorreu com a Ponte de Guaíra, com o convênio o Governo Federal repassa ao Paraná a administração e operação do Complexo de Pontes, pelo prazo de 25 anos, com a devida concordância do Governo de Mato Grosso do Sul, representado na assinatura do convênio pelo secretário de Infra-Estrutura, Maurício Gomes de Arruda.

A partir da assinatura do convênio, o Paraná será responsável pela conservação do trecho rodoviário e obras de melhoramentos para aumentar a segurança e conforto dos usuários, no período em que o complexo estiver sob responsabilidade do Estado.

Com o Complexo, em breve, o fluxo ultrapassará dois mil veículos por dia, a maioria caminhões, beneficiando todo o Noroeste paranaense e duas importantes regiões produtivas do Mato Grosso do Sul, a de Naviraí e a de Grande Dourados.

O novo corredor é o caminho natural e mais adequado para a exportação da crescente produção dessa região.

Além do impacto econômico e maior segurança na transposição do rio Paraná, o Complexo garante a redução de cerca de 100 quilômetros, especialmente após a complementação da Estrada Boiadeira, no trajeto entre os principais pólos agrícolas do Centro-Oeste e Paranaguá, e a conseqüente diminuição do custo do transporte de mercadorias.

O considerável aumento no tráfego de caminhões está beneficiando diretamente os 108 municípios da região Noroeste do Paraná. O setor de serviços, em especial, deverá se expandir com o surgimento de novos hotéis, postos de gasolina, oficinas mecânicas, restaurantes e lanchonetes.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo