Recessão nos EUA pode durar boa parte do ano

A recessão nos EUA poderá se prolongar por boa parte de 2009 e a atividade econômica no ano como um todo poderá sofrer uma contração, enquanto a inflação poderá “flertar com níveis desconfortavelmente baixos”. É o que diz a ata da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), realizada nos dias 15 e 16 de dezembro.

Segundo a ata, divulgada nesta terça-feira (6), os participantes da reunião sinalizaram que o Fed usará seu balanço patrimonial de modo agressivo para estimular a economia; alguns deles defenderam a adoção de metas para as reservas bancárias. Como o volume de reservas no sistema bancário limita o controle do Fed sobre a taxa básica de juros (Fed Funds), “vários membros pensaram que seria preferível não adotar uma meta específica”, e sim uma faixa – o que acabou sendo decidido naquela reunião, com a redução da meta para a taxa dos Fed Funds de 1% ao ano para uma faixa entre 0% e 0,25%.

“Em sua discussão sobre a situação e a perspectiva da economia, todos os participantes da reunião concordaram que a virada econômica para baixo se intensificou durante o outono. Embora alguns mercados financeiros tenham exibido sinais de melhora no funcionamento, as condições financeiras em geral permaneceram muito estressadas. As condições de crédito continuaram a se apertar tanto para famílias como empresas e os declínios contínuos nos preços dos imóveis reduziram ainda mais a riqueza associada à propriedade”, diz a ata.

O texto acrescenta que “os indicadores de emprego e produção se enfraqueceram ainda mais, à medida que as empresas reagiram muito rapidamente à queda na demanda. Os participantes esperavam que a atividade econômica se contraísse fortemente no quarto trimestre de 2008 e no começo de 2009. A maioria projetava que a economia começaria a se recuperar lentamente no segundo semestre de 2009, ajudada por um afrouxamento substancial da política monetária e por estímulos fiscais previstos. Os participantes da reunião em geral concordaram que a incerteza que cercava a perspectiva era considerável e que os riscos para baixo, mesmo a partir dessa trajetória fraca para a atividade econômica, eram uma preocupação séria”.

De acordo com a ata, “os severos estresses atuais nos mercados financeiros, as grandes reduções na riqueza das famílias e a natureza global da desaceleração econômica foram vistos por alguns participantes como sugestão da possibilidade distinta de uma contração prolongada, embora esse não fosse considerado o resultado mais provável. Olhando para a frente, os participantes concordaram que as pressões inflacionárias pareciam posicionadas para moderar-se ainda mais nos próximos trimestres” e “vários participantes viram riscos de que a inflação possa cair, por algum tempo, para abaixo dos níveis que eles veem como consistentes, ao longo do tempo, com o mandato duplo do Fed pelo nível máximo de emprego e pela estabilidade dos preços”.

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