Costa do Sauípe (BA) (AE) – O secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, se manifestou ontem contrário à correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) em 2006, proposta que está em estudo pelo governo. Segundo Rachid, uma correção de 7% da tabela reduziria a arrecadação do ano que vem em R$ 2,4 bilhões. ?Não cabe uma modificação na tabela, tendo em vista a desigualdade de renda do País?, afirmou Rachid, que participou, na Costa do Sauípe, da reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Murilo Portugal, e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmaram que não há nenhuma decisão sobre a proposta de correção da tabela. ?Esse é um tema que está em exame dentro do Ministério da Fazenda, mas não há nenhuma decisão ainda?, afirmou Portugal. O ministro Paulo Bernardo, que estava no Paraná, informou por telefone que o governo trabalha na linha de não corrigir a tabela para poder dar um reajuste maior ao salário mínimo. ?Mas há uma forte resistência das centrais sindicais?, disse.
Contra a correção da tabela, Rachid argumentou que apenas 7% da população economicamente ativa do País paga IRPF. Esse argumento havia sido rebatido esta semana pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que defende uma correção de 10% na tabela. ?E só porque é um grupo pequeno tem de pagar a conta sozinho??, questionou.
Rachid ponderou que, em vez de beneficiar um pequeno grupo, o governo deve promover cortes tributários em outros segmentos para incentivar investimentos produtivos. Ele ressaltou, no entanto, que a correção da tabela não é uma decisão eminentemente técnica, mas também política.
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