A Receita Federal prepara parecer técnico para esclarecer se é devida a cobrança do PIS e da Cofins sobre o empréstimo de R$ 11,2 bilhões que a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) captou no mercado financeiro para socorrer as empresas distribuidoras. Um parecer favorável do Fisco pode livrar as empresas de ter de pagar cerca R$ 1 bilhão aos cofres do governo.

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Se o PIS e a Cofins tiverem de ser recolhidos à Receita, o custo maior da operação terá de ser repassado ao consumidor no preço da tarifa de energia elétrica. Nesta semana, o governo já isentou a CCEE de pagar R$ 210 milhões de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O entendimento de técnicos do Ministério da Fazenda, segundo fontes ouvidas pelo Estado, é que os dois tributos não incidem sobre a operação, um empréstimo mútuo no qual as garantias dadas pela CCEE aos bancos foram as receitas das distribuidores. Não há definição final sobre o tema e a Câmara aguarda o parecer definitivo da Receita.

O setor de distribuição de energia acredita que possa haver espaço para uma nova desoneração do empréstimo. De acordo com uma fonte ligada às companhias, a estimativa é de que o impacto da retirada desses tributos na conta gere um “desconto” de cerca de R$ 1 bilhão na conta que será repassada para os consumidores por meio das contas de luz a partir de 2015.

Além disso, esse alívio seria importante para ajudar a mitigar o custo que as empresas de distribuição ainda terão com a necessidade de compra de energia cara no mercado de curto prazo. Mesmo com o leilão emergencial de eletricidade realizado essa semana, as companhias ainda têm um rombo mensal de 354 megawatts (MW) médios de demanda não coberta por contratos de longo prazo.

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Em reunião realizada após o leilão, os empresários destacaram para autoridades que o desconto de PIS e Cofins seria ideal para fechar a conta do rombo do setor em 2014, transferindo o mínimo possível de custo para os consumidores nos próximos anos. Mas o governo não quer anunciar a medida enquanto não estiver totalmente respaldado dessa possibilidade. Por isso, a fonte do setor privado ouvida pelo Estado disse ainda não contar com esse desconto em seu planejamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.