A Receita Federal aceitou ouvir as reivindicações do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ligado à CUT, sobre a alteração da tabela do IR (Imposto de Renda). Na quarta-feira, o coordenador-geral de política tributária da Receita, Márcio Verdi, se reúne com técnicos do sindicato para verificar possíveis mudanças na tabela de IR.

No encontro, os técnicos do sindicato tentarão mostrar como o reajuste salarial da categoria é corroído pelo desconto do IR. Segundo o secretário-geral do sindicato, Tarcísio Secoli, a categoria reivindica um reajuste de 15% a 16%, equivalente à reposição da inflação passada. “Se o aumento for concedido, em vez de reajuste, muitos trabalhadores terão perdas salariais.”

Para evitar a perda do poder de compra dos metalúrgicos, o sindicato deve sugerir medidas para distribuir melhor as alíquotas de desconto do IR sobre as faixas salariais.

Na tabela atual, os rendimentos até R$ 1.058 são isentos do IR. Entre R$ 1.058,01 e R$ 2.115, a alíquota de IR incidente sobre os salários é de 15%. Acima de R$ 2.115, a alíquota sobe para 27,5%.

Segundo Secoli, um metalúrgico que recebe hoje R$ 1.900 e tem seu rendimento tributado na fonte com uma alíquota de IR de 15% passará para a a faixa de desconto de 27,5% se o salário for reajustado em 15% (R$ 2.185).

“Não queremos que o governo deixe de perder arrecadação. Mas também não queremos que o trabalhador perda seu poder de compra. O ganho fiscal será obtido pela ampliação da base e pelo aperfeiçoamento dos sistemas de cobrança”, disse Secoli.

Depois do encontro com Verdi, os metalúrgicos pretendem que a proposta da categoria seja discutida com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci e com o secretário da Receita, Jorge Rachid.

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