Receita de serviços bancários cresce 94,4% desde 2000

Os bancos brasileiros registraram um crescimento real, já descontado a inflação do período, de 94,4% das receitas de serviços bancários desde dezembro de 2000, quando somavam R$ 9,1 bilhões, até dezembro do ano passado, quando totalizavam R$ 28 bilhões. O cálculo foi apresentado hoje pelo economista do Banco Central Sérgio Mikio Koyama durante o 3º Seminário sobre Riscos, Estabilidade Financeira e Economia Bancária, realizado em São Paulo, pela autoridade monetária.

Os dados apresentados por Koyama fazem parte de um trabalho escrito em conjunto pelos economistas Fani Lea Cymrot Bader e Tony Takeda, e que teve como base uma amostragem de 50 conglomerados financeiros. "Os serviços bancários foram uma forma de compensar as perdas das instituições com o fim da receita de floating (inflacionárias)", explicou Koyama.

O economista destacou que, em dezembro de 2007, as receitas do setor de serviços bancários representavam 14,5% das receitas totais, mas, em função de outras variáveis, como aumento da demanda, do volume de crédito concedido e do número de contas correntes, é preciso não olhar o dado isoladamente.

Para se ter uma idéia, houve um crescimento de 76,2% da quantidade de contas correntes nesses sete anos analisados, enquanto o volume de crédito subiu 121,8% em termos reais no mesmo período. "Tanto o volume de crédito quanto o número de contas correntes foi altamente significativo, indicando que o comportamento de crescimento recente observado na receita das tarifas básicas é, em parte, explicado pelo aumento no volume desses serviços", explicou.

Tanto que, de acordo com o economista, a receita média corrigida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nos 50 maiores conglomerados financeiros era de R$ 230,37 por conta corrente em dezembro de 2000 e caiu para R$ 186,26 em julho de 2004, a mais baixa do período analisado. Desde então, porém, a tendência foi de crescimento constante e, em dezembro do ano passado, esta média chegou a R$ 230,02, praticamente idêntica ao do período de referência.

Koyama ressaltou ainda que as diferenças de tarifas bancárias no Brasil são muito grandes. Ele apresentou como exemplo uma pesquisa feita pela Fundação Procon em que a variação do custo mensal de uma cesta de serviços para um cliente hipotético era de R$ 10,00 a R$ 33,00, uma diferença de 230%.

Para ele, os processos de fusões e aquisições não são o motivo que levou ao aumento desses números. "Estas uniões servem mais para os bancos ganharem escala do que aumentar os recursos de negócios", afirmou. Por esses motivos, segundo ele, é necessária a continuidade da ação do BC de estimular a concorrência bancária.

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