Receita das microempresas tem 12ª alta seguida em SP

O faturamento real (descontada a inflação) das micro e pequenas empresas paulistas registrou, em setembro, a 12ª alta mensal consecutiva, segundo informou hoje o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP). A pesquisa, realizada mensalmente em colaboração com a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), aponta um aumento de 6% do faturamento em setembro, na comparação com o mesmo período do ano passado. Este é o maior crescimento para o mês desde 2004.

Em termos absolutos, as micro e pequenas empresas faturaram R$ 25,1 bilhões em setembro, um incremento de R$ 1,4 bilhão na receita em comparação com o mesmo mês de 2009. A alta foi beneficiada pela base de comparação anual fraca, já que em setembro de 2009 as micro e pequenas empresas ainda sofriam os reflexos da crise financeira mundial.

O resultado de setembro deste ano foi puxado pelo segmento de serviços, que na comparação anual apresentou alta de 25,4%. A indústria registrou um salto menor, de 4,7%, enquanto o comércio, único setor a registrar baixa, teve queda de 2,5% na mesma base de comparação. O levantamento, que utiliza uma amostra de 2,7 mil micro e pequenas empresas em São Paulo, representa um universo de estudo de 1,3 milhão de empresas, o que corresponde a 28% da receita bruta do setor formal no Estado.

Queda mensal

Apesar do bom resultado anual, o faturamento das micro e pequenas empresas recuou 4,2% em setembro ante agosto deste ano, o que representa uma retração de R$ 1,1 bilhão. A baixa foi puxada pelo comércio, que recuou 6,8%. A indústria e o setor de serviços registraram queda de 2,8% e 0,7%, respectivamente. Na análise mensal, todas as regiões apresentaram baixa no faturamento, com destaque para a capital paulista (recuo de 7%) e para a Região Metropolitana de São Paulo (baixa de 6,8%). Na comparação anual, a única região que apresentou queda foi o Grande ABC paulista (recuo de 9,9%).

O resultado mensal também aponta a expectativa dos micro e pequenos empreendedores em relação ao faturamento do setor para os próximos meses. A pesquisa do Sebrae-SP verificou que apenas 35% dos entrevistados esperam aumento do faturamento nos próximos seis meses, enquanto 38% informaram que não têm expectativas quanto à evolução dos ganhos. Quanto à economia em geral, a parcela de empresários que acreditam em um aumento no nível de atividade nos próximos seis meses é de 34%, enquanto 41% não tem expectativa sobre o nível.

Os coordenadores da pesquisa creditam o pessimismo a fatores que, segundo eles, têm gerado incertezas entre os empresários, como os reflexos no setor dos aumentos da taxa básica de juros no primeiro semestre de 2010 e a tendência de desaceleração da economia. Os analistas observam que, nos próximos meses, o desempenho das micro e pequenas empresas deve acompanhar a evolução da conjuntura nacional, que, de acordo com levantamento do Banco Central (BC), deve apresentar um crescimento em ritmo mais moderado em relação ao ocorrido no primeiro semestre.

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