A queda real de 0,58% na arrecadação do mês de março veio dentro das projeções da Receita Federal, afirmou o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros do órgão, Claudemir Malaquias. Ele lembrou que, no mês passado, o governo já revisou para baixo as previsões para o ano.
Em tendência de queda, a arrecadação nos últimos 12 meses apresenta crescimento de 2,89%. Malaquias destacou que, sem fatores excepcionais que inflaram a arrecadação em março de 2018 – como a arrecadação com Refis – a arrecadação ficaria praticamente estável no mês passado, com 0,09% de queda.
A arrecadação das receitas administradas por outros órgãos, composta principalmente por royalties de petróleo, continua crescendo, mas em ritmo menor. No primeiro trimestre, o crescimento real foi de 18,44% (R$ 14,175 bilhões), enquanto em março a alta foi de apenas 0,69% (R$ 1,942 bilhão).
Termômetro
A alta de 13,07% na arrecadação do Imposto de Renda e da Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSLL) no primeiro trimestre é um termômetro do desempenho das empresas neste período, afirmou Malaquias.
De acordo com dados da Receita, o recolhimento do setor financeiro, no entanto, caiu 7,34% neste mesmo período. Apesar disso, Malaquias disse que ainda não é possível falar em uma queda na atividade do setor, já que a arrecadação total das entidades financeiras cresceu 8,31% no trimestre.
Em relação ao crescimento das desonerações tributárias, que aumentaram R$ 2,471 bilhões no primeiro trimestre, Malaquias disse que a alta está atrelada à atividade econômica. “Os benefícios fiscais estão sendo revistos pelo governo”, completou.