Brasília

  – A Receita Federal divulgou ontem que está editando um conjunto de medidas para combater empresas “laranjas” que atuam no comércio exterior. Entre janeiro de 2000 e agosto deste ano, essas empresas movimentaram R$ 135 bilhões em importações, incluindo os tributos diretos. Os volumes negociados foram considerados incompatíveis com a capacidade econômica das companhias. As empresas “laranjas” escondem o verdadeiro interessado nas operações.

A Receita informa que, a partir de agora, será exigida mais transparência da empresa, como informações comerciais, comprovação da origem dos recursos empregados e comparecimento das pessoas envolvidas nas operações para prestar esclarecimentos, entre outras exigências. A Receita descobriu indícios de irregularidades entre os valores das transações e a capacidade econômica da empresa.

Segundo o Fisco, de um total de 24 mil empresas que registraram importação em 2002, mais de 2 mil poderão ser fiscalizadas novamente. Os dados mostram ainda que 800 das 24 mil empresas não entregaram a declaração de imposto de renda de 2001. Nesse ano, essas empresas movimentaram, juntas, R$ 3 bilhões em importação. Outras 400 se disseram inativas, mas a Receita comprovou que elas movimentaram R$ 62 milhões no comércio exterior.

Segundo o coordenador-geral de Administração Aduaneira, Ronaldo Lázaro Medina, trata-se de um grande número de empresas que pratica remessa ilegal de divisas, lavagem de dinheiro e ilícitos tributários.

– Agora, com a nova sistemática de controle da Receita, baseada no sistema Radar, recentemente implantado, e com as novas regras de controle, essas empresas de fachada enfrentarão enormes obstáculos para continuar operando delituosamente -disse Medina, por meio da assessoria de imprensa.

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