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Brasília (AE) – O casco de um bovino de rebanho que está isolado no município de Paranhos, no Mato Grosso do Sul, apresentou pequenos machucados, informou ontem a assessoria de imprensa da Delegacia Federal de Agricultura no estado. A suspeita de febre aftosa em fazenda do município, que faz fronteira com o Paraguai, levou o Ministério da Agricultura a determinar o isolamento do rebanho de 50 cabeças. O caso foi divulgado no dia 22 de dezembro.

Ferimento e rachaduras no casco são indicativos da doença. Mas o bovino não apresentou outro sintoma determinante para suspeita de aftosa: o aparecimento de aftas na boca. Ou seja, o ferimento no casco pode não estar relacionado à doença, informou a delegacia. Veterinários do governo avaliam diariamente o quadro clínico do rebanho.

Amostras de material genético recolhido dos animais foram encaminhadas para análise no Laboratório de Apoio e Referência Animal (Lara) de Belém, no Pará. A expectativa é de que o resultado dos exames esteja disponível na primeira quinzena de janeiro. De acordo com veterinários da Secretaria de Defesa Agropecuária do ministério, é comum que a vacinação "mascare" o vírus da aftosa. "Os testes sorológicos feitos em Belém indicarão se há a presença da doença ou se os anticorpos são provenientes da vacina", comentou um técnico. Os pecuaristas do estado vacinaram seus rebanhos em novembro.

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O ministério confirmou que o Chile pediu informações sobre a suspeita de foco no Mato Grosso do Sul. As respostas foram encaminhadas para Santiago na sexta-feira. "Até o momento, eles não se pronunciaram e as exportações seguem normais", comentou o coordenador do programa de defesa animal da pasta, Jamil Gomes de Souza. A Austrália também pediu informações sobre o possível foco e as respostas também foram encaminhadas pelo governo brasileiro.

Se confirmada a suspeita do Mato Grosso do Sul, esse será o terceiro foco de febre aftosa no rebanho brasileiro neste ano. O primeiro registro foi confirmado no município de Monte Alegre, no Pará, no mês de junho. Esse foco interrompeu um período de 34 meses sem registro da doença no rebanho brasileiro.

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O último registro tinha sido comunicado em agosto de 2001, no Maranhão. Um segundo foco da doença foi notificado pelo Ministério da Agricultura em setembro, desta vez no município de Careiro da Várzea, no Amazonas.

Esse registro ainda traz prejuízos comerciais para o País. Desde o dia 21 de setembro a Rússia não compra carne produzida no País. Acordo entre os governos dos dois países permitiu o embarque dos lotes negociados antes de 21 de setembro. Em novembro, Moscou decidiu levantar parcialmente a suspensão e autorizou o comércio de produto proveniente de Santa Catarina.

Programa garante padrão e qualidade

A produção de carne no Paraná está passando por uma revolução, constatada durante uma reunião em Maringá que reuniu 30 participantes representando as sete alianças mercadológicas existentes no Estado. Criadas a partir de 2001, as alianças têm o propósito de mudar a imagem da carne paranaense, colocando direto no mercado consumidor um produto de padrão e de qualidade.

Além disso, elas trabalham para que a população tenha acesso à carne macia e suculenta, de bovinos precoces e superprecoces e com garantia de procedência, através do atestado de origem e de todos os procedimentos de criação ao abate, disponível na embalagem do produto, ofertado no balcão de compra nos mercados consumidores de suas respectivas regiões.

A reunião, decisiva para a consolidação dos primeiros resultados do programa governamental de Pecuária Curta Duração, implementado pela Emater, empresa vinculada à Secretaria da Agricultura, aconteceu porque na pauta de encaminhamentos de soluções das alianças mercadológicas o fator que pesa atualmente é ainda a falta de reconhecimento da sociedade em consumir o produto qualificado e melhorar a remuneração desta carne diferencial.

Dentre as demais reivindicações dos pecuaristas integrados neste tipo de organização, que controla desde a criação e reprodução dos animais até a carne pronta para ir à mesa do consumidor, é também a ampliação das oportunidades de colocação desta já denominada Carne Qualidade Paraná nos mercados nacional e internacional. O atendimento dessas expectativas passa por uma nova reunião do setor no mês de março de 2005, em Curitiba, quando estará presente o vice-governador e secretário Orlando Pessuti e a conseqüente realização da agenda de negócios, prevista para abril, na 45.ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina.

Futuro

Segundo o engenheiro agrônomo Antônio Coelho de Castro, participante da reunião e integrante da equipe de extensionistas do projeto da Emater, região de Maringá, as alianças mercadológicas estão se firmando como organizações de futuro, "inclusive seus dirigentes estão pensando em formar uma grande aliança para integrar as alianças singulares, ampliando a força reivindicatória e a atuação no mercado de carnes nobres".

Castro lembrou que elas atuam com marcas próprias, distribuídas em Guarapuava, Paranavaí, Pato Branco, Cascavel, União da Vitória, Umuarama e Maringá, abatendo em média 280 animais por semana, embora tenham capacidade imediata de ampliar a oferta em mil cabeças, dependendo apenas da política de preços e marketing, influenciando a aceitação e a fidelização do consumidor.

Serviço

Mais informações com Antônio Castro Flórida (44) 257-1344.