Uma grande usina não é feita unicamente de concreto, ferro e máquinas: é feita também, ou principalmente, de cuidados com as pessoas e com o meio ambiente. Este é o maior significado do prêmio Blue Planet 2003 recentemente concedido à Copel pela Associação Internacional de Energia Hidrelétrica (IHA), em reconhecimento à excelência dos programas sociais e ambientais desenvolvidos pela empresa durante a construção da Usina de Salto Caxias, no rio Iguaçu, no Oeste e Sudoeste do Paraná.
A hidrelétrica, com 1.240 megawatts de potência (a terceira maior da Copel), deu origem a um lago com 131 km2 de superfície. Na área ocupada pelo reservatório, moravam e trabalhavam mais de 600 famílias que tiveram de ser transferidas e reassentadas. O prêmio concedido à empresa foi justificado pelo cuidado, a atenção e a responsabilidade com que a Copel tratou a situação.
A decisão de outorgar o prêmio aos programas sociais e ambientais executados em Salto Caxias foi tomada na última assembléia geral da organização, realizada em novembro na Croácia. Cássio Viott, do Comitê Brasileiro de Grandes Barragens, representou a Copel na ocasião e recebeu o troféu do recém- eleito presidente da Associação, o engenheiro e professor Dogan Altinbilek, da Turquia.
Sustentabilidade
Um dos objetivos da Associação Internacional de Energia Hidrelétrica é incentivar em todo o mundo as boas práticas na exploração dos recursos hidroenergéticos, garantindo o desenvolvimento sustentável pela adoção de projetos que sejam racionais e, acima de tudo, responsáveis sob os critérios técnico, econômico, ambiental e social. Assim, a cada dois anos, reunidos em assembléia geral, os associados elegem os projetos hidrelétricos que melhor atendam aos requisitos propostos, outorgando-lhes o prêmio Blue Planet (ou Planeta Azul).
A avaliação é fundamentada nas diretrizes de sustentabilidade energética discutidas e aprovadas no Fórum Mundial da Água, realizado em março na cidade de Kyoto, no Japão.
Inspeção Os projetos que concorrem ao prêmio são previamente visitados por inspetores em nome da Associação, cuja missão é verificar se as medidas descritas pelos empreendedores foram realmente adotadas e avaliar se os resultados satisfazem as recomendações de sustentabilidade do Fórum de Kyoto e os critérios da própria entidade.
No caso de Salto Caxias, a região de influência da hidrelétrica foi percorrida por jurados da associação que, no seu relatório, consideraram haver “um bom padrão em todos os aspectos do projeto e excelência no tocante aos aspectos socioeconômicos”. Além de entrevistar diversas famílias reassentadas pela Copel, a equipe de inspetores visitou escolas, clínicas médicas, centros sociais, igrejas, centros esportivos, centros de pesquisa agrícola e outras instalações e benfeitorias, urbanas e rurais, implementadas no âmbito dos 26 projetos sociais, ambientais e econômicos decorrentes da obra.
Os emissários ficaram vivamente impressionados com as novas condições de vida das famílias reassentadas, “uma comunidade forte e de grande produtividade agrícola”, como definiram. Um dos inspetores, o finlandês Hannu Puranen, resumiu suas observações na área de influência da Usina de Salto Caxias numa frase bastante objetiva: “Isto mostra claramente que desenvolvimento elétrico bem planejado e administrado pode trazer muitos outros benefícios além do puro fornecimento de energia”.
