O mercado de juros continua demonstrando pouco apetite, apesar de boas notícias no front doméstico. As taxas futuras até iniciaram o pregão eletrônico da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) em queda, mas aproximaram-se do nível do fechamento. Operadores afirmam que ainda há um movimento de realização de lucros moderado, limitando a reação do mercado ao ambiente favorável. Às 10h07, o juro do contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2009 tinha taxa de 10,48% ao ano, no mesmo nível do fechamento de terça, enquanto o DI de janeiro de 2010 tinha taxa de 10,28%, ante 10,30%.
Operadores consideram que, apesar do alívio que o índice de preços ao consumidor (CPI) norte-americano trouxe aos mercados na sexta-feira passada, ainda há uma certa cautela em relação ao rumo da política monetária nos EUA e, conseqüentemente, ao preço dos ativos globais. Esse ambiente reduz o ímpeto vendedor dos investidores estrangeiros, que foram o motor da queda dos DIs, especialmente dos mais longos, nas últimas semanas.
Ontem, chamou a atenção o movimento desses investidores, que se destacaram na compra de DIs, em pleno anúncio da reabertura do Global 2028 (título do Tesouro Nacional em reais), que contou com demanda muito superior à oferta. Também tem contribuído para pouco movimento o fato de o cenário para juros ser considerado bastante previsível: o mercado já tem precificada a idéia de interrupção do processo de alívio monetário ao final de 2008. E, ainda que haja diferentes projeções para o nível da Selic ao final desse ciclo, o mercado não vê muito espaço para novas apostas neste momento.
