Os bancos venderam os excessos de dólares em caixa e, lentamente, voltam para o País o dinheiro remetido para fora antes das eleições. O resultado: a terceira queda consecutiva do dólar e a menor cotação em seis semanas, além da consolidação da tendência de baixa. A moeda norte-americana fechou ontem a R$ 3,60 para venda e R$ 3,595 para compra, em queda de 0,82%, o menor valor desde 23 de setembro, quando foi vendida a R$ 3,57. Enquanto isso, o risco-Brasil caía 2,70% para 1.691 pontos. A Bolsa de Valores de São Paulo fechou o último dia da semana em pequena queda, de 0,27%, movimento de R$ 603 milhões e 10.140 pontos.

O dólar abriu em alta pressionado pela compra de moeda por importadores com contas a pagar no exterior com a virada do mês. Esses investidores vinham adiando as compras ao máximo na expectativa de que o dólar caísse mais. Ainda no meio da manhã, entretanto, o movimento de compra perdeu a força e sobraram no mercado os bancos, que vendem o excesso de dólares em caixa e derrubam a cotação. Segundo analistas, os grandes investidores estavam no limite de suas posições de ??hedge?? (proteção cambial) preparados para notícias negativas após as eleições presidenciais.

O que ocorreu, entretanto, foi o contrário. As declarações do PT no sentido de manter o compromisso fiscal e conter a inflação animaram tanto o mercado que os investidores até passaram a dar menos importância para os nomes que comporão a equipe de transição.

Segundo André Singer, porta-voz do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, esses nomes deverão ser divulgados até o fim da semana que vem.

Com essa melhora de expectativas, também começam aos poucos a voltar para o país os dólares que saíram pela CC5, enviados por investidores pouco confiantes no governo eleito.

“Aos poucos, os dólares estão voltando. Devagar, mas estão voltando”, observou José Roberto Carreira, gerente de câmbio da corretora Novação.

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