Os reajustes salariais em menor escala estão pressionando menos a indústria. Segundo levantamento da Tendências Consultoria, o custo unitário do trabalho desacelerou de 6,4% em julho do ano passado – no acumulado em 12 meses – para 3,3% em julho deste ano, na mesma base de comparação.

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“Esse queda é resultado do esfriamento do mercado de trabalho”, afirma Alessandra Ribeiro, economista da Tendências. Ela destaca que a produtividade cresceu 2,3% nos últimos 12 meses encerrados em julho. O ganho também tem ocorrido por causa do próprio crescimento da produção industrial ante 2012, que teve um desempenho ruim, e pela desvalorização do real em relação ao dólar.

Na avaliação da economista da Tendências Consultoria, essa trajetória gradual de recuperação tende a continuar. “Do lado de custos há uma previsão de ligeira alta do desemprego no mercado doméstico, o que tende a tornar a alta salarial menor nos próximos anos”, explica. A Tendências espera um desemprego médio de 5,6% para este ano, e de 5,8% para 2014.

Apesar da leve melhora, o caminho da indústria para se tornar competitiva ainda é o longo. Os dados da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp) mostram que a folha de pagamento teve um aumento real de 43,7% desde 2003, enquanto a produtividade avançou 25,5% no período. A curva dos salários em dólar também se distanciou bastante da linha da produtividade.

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“O ganho de produtividade está associado ao investimento no processo, em maquinários, que são capazes de fazer com que a produção aumente com o mesmo número de pessoas. O processo de perda com a taxa de cambial foi tirando a competitividade, e o empresário não era estimulado a fazer investimentos”, afirma Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon), da Fiesp. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo