Além de terem um reajuste menor que o dado ao salário mínimo, os cerca de 15,3 milhões de aposentados e pensionistas do INSS que têm benefícios acima de um mínimo terão outra perda. O reajuste de 6,35%, dado com base em uma estimativa do INPC (Índice Nacional de Preço ao Consumidor), é menor que o índice divulgado ontem, de 6,61%.
A Previdência já avisou que não vai pagar a diferença aos aposentados. Com isso, o governo deve economizar cerca de R$ 17 milhões por mês. No ano, a economia é de, aproximadamente, R$ 221 milhões, incluindo o 13.º salário.
Segundo dados da Previdência, em março, foram gastos R$ 6,759 bilhões para pagar os benefícios acima de um mínimo. Com o reajuste de 6,35%, o gasto mensal subirá para R$ 7,188 bilhões. Se o índice de 6,61% fosse aplicado, o custo com os benefícios seria de R$ 7,205 bilhões, ou seja, R$ 17 milhões a mais.
Essa não foi a primeira vez que a Previdência estimou para baixo o reajuste das aposentadorias. Segundo o presidente do Sindicato dos Aposentados da Força Sindical, João Batista Inocentini, as perdas com as diferenças de índices nos últimos dez anos chega a 3,06%.
Ele quer negociar com o governo a aplicação do índice correto. ?Vamos pressionar. Se não tiver acerto, vamos fazer uma enxurrada de ações.? Segundo o sindicato, um aposentado que ganha R$ 500 perde por mês R$ 15. Em um ano, a diferença é de R$ 200.
Os advogados Wagner Balera e Wladimir Novaes Martinez também afirmam que os aposentados podem pedir a diferença na Justiça.