O Custo Unitário Básico (CUB) da construção civil calculado pelo Sinduscon-PR (Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná) foi reajustado em 0,33% no mês de fevereiro. Os custos do setor foram pressionados pelos preços dos materiais que registraram aumento médio de 0,73% em relação ao mês anterior. A variação do CUB-PR em fevereiro ficou acima da inflação medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado), da Fundação Getúlio Vargas, que foi de 0,30%. Nos últimos doze meses, a variação do CUB-PR atinge 8,77%, percentual inferior ao IGP-M (11,43%). No mesmo período, os materiais apresentaram reajuste médio de 10,18% e a mão-de-obra 7,60%.
Divulgado mensalmente pelos sindicatos da construção, o Custo Unitário Básico (CUB) é calculado de acordo com a NBR 12.7821, da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Elaborado de acordo com diversos projetos-padrão, o CUB determina o custo da obra para fins de cumprimento da lei de incorporações e tem fins exclusivamente comparativos à realidade dos custos. Atualmente, a variação percentual do CUB tem servido como mecanismo de reajuste de preços em contratos de compra de imóveis em construção e até mesmo como índice setorial, esclarece o presidente do Sinduscon-PR, Julio Araújo Filho.
O custo médio representativo da construção habitacional (padrão H8-2N, para imóveis em prédio de oito pavimentos, dois quartos e padrão normal de acabamento), computados apenas materiais e mão-de-obra, passou para R$ 800,98 o metro quadrado no mês de fevereiro. Neste valor não estão considerados diversos itens como o projeto, obras de fundação, elevadores, urbanização, impostos e taxas, remuneração do construtor, entre outros.
Reajuste dos materiais
Dos quarenta materiais de construção pesquisados pelo Sinduscon-PR, apenas nove apresentaram reajustes de preços no mês de fevereiro. Tiveram maiores altas: porta lisa para pintura (7,14%); piso de cerâmica esmaltada 7,5 x 15 cm (6,75%); fio de cobre (6,67%); chapa de compensado resinado (5,91%); disjuntor monopolar (4,35%); pedra brita n.º 1 (4,17%) e o vaso sanitário (3,34%).
?Apesar de uma redução na demanda do setor da construção por diversos insumos, alguns produtos tiveram aumentos significativos de preço neste início de ano?, afirma o presidente do Sinduscon-PR. Em apenas dois meses, a chapa de compensado resinado 17mm, produto utilizado em fôrmas para concreto, já acumula alta de 12,56%. No período, o fio de cobre para eletricidade já subiu 6,67%; pedra brita, 6,38%; tubo de PVC para esgoto, 4,37% e a areia lavada para concreto, 4%.
Preço do aço
Insumo estratégico para o setor, o aço CA-50 para concreto não teve reajuste no mês de fevereiro, de acordo com a pesquisa do Sinduscon-PR. No entanto, é o produto que mais aumentou de preço em doze meses: 40,35%. Em março de 2004, o produto representava 3,59% do custo do metro quadrado da construção (CUB-PR). Hoje, essa participação já chega a 4,49%, observa o presidente do Sinduscon-PR. Levantamento divulgado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) revela que o preço médio do aço no País aumentou 195% no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2004. O percentual de reajuste do produto ficou muito acima do registrado pelos diversos indicadores de inflação no mesmo período: o IGP-M subiu 84%; o INCC aumentou 67% e o INPC 54%.
Maiores aumentos em doze meses (*)
Aço CA-50 para concreto 40,35%
Piso de cerâmica 7,5 x 15 cm 37,74%
Forro de gesso 23,08%
Fio de cobre 23.08%
Azulejo branco 15 x 15 cm 20,69%
Granito 3 mm 18,00%
Tubo PVC esgoto 17,98%
Pedra brita nº 1 13,64%
Tábua corrida ou assoalho 13,24%
Piso cerâmico 20 x 20 cm 13,21%
Areia lavada para concreto 13,04%
Porta almofadada 12,50%
IGP-M 11,43%
CUB-PR 8,77%
(*) Aumentos médios conforme pesquisa do CUB-PR