A partir desta segunda-feira (1°) os paranaenses pagarão mais caro pelo botijão de gás de cozinha. O reajuste deve ficar entre 8% e 12% na capital, mas José Luiz Rocha, presidente do Sindicato Revendedores das Distribuidoras de Gás Estado do Paraná (Sinregás-PR), confirmou que o valor de repasse pode ser ainda mais alto em regiões mais distantes.
Segundo Rocha, o aumento é normal e acontece anualmente. “Todo ano temos o dissídio coletivo da categoria. Todo 1° de setembro pagamos um novo salário para nossos funcionários, então é preciso repassar ao consumidor”, comentou. Além dos custos com os empregados, as revendas também atualizam a planilha com componentes do preço final do produto, como energia elétrica e água.
“Cada revenda é independente e faz o preço que achar melhor”, completou Rocha. De acordo com o Sinregás-PR, em Curitiba o valor de um botijão de gás de cozinha pode custar entre R$ 36 e R$ 45. Um levantamento realizado pelo Paraná Online mostrou um panorama diferente, com valores entre R$ 45 e R$ 48.
Para José Luiz, a única forma de economizar é cotar os preços e não comprar no primeiro lugar que aparecer. “É preciso pesquisar. O consumidor pode escolher entre várias marcas e revendas. Isso pode influenciar o preço final do produto”.
Prato feito
Quem come fora de casa também sentirá a mordida. Para Fábio Aguayo, presidente da Associação Brasileira de Bares, Restaurantes e Casas Noturnas do Paraná (Abrabar-PR), o gás compõe 30% do preço dos alimentos comercializados em restaurantes e lanchonetes do estado. No entanto, ainda não há uma estimativa do quanto será repassado aos clientes.
“Vai depender do que os estabelecimentos farão para segurar o preço. Os comerciantes tentarão fazer um cálculo para não assustar o consumidor”, comentou Aguayo. Os donos de restaurantes e lanchonetes estão temorosos pela avalanche de reajustes das últimas semanas: como a energia elétrica, em 24%, e os novos preços praticados pelas distribuidoras de bebidas, que devem subir 28% a partir da próxima quarta-feira (03).
Já o diretor executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Paraná (Abrasel-PR), Luciano Bartolomeu, acredita que, apesar dos novos custos, os estabelecimentos devem começar a nova precificação somente no final do ano. “As atualizações dos preços ainda não estão previstas. Como teve a Copa, o pessoal está tentando recupera”, avaliou.
Bartolomeu comentou também outro fator que pode fazer com que o reajuste ainda não seja repassado: a confecção de novos cardápios. “Mandar fazer um novo cardápio implica em um custo que os comerciantes não planejavam”, revelou.