O reajuste do preço do gás natural, aplicado a partir de hoje pela Petrobras, não atinge o Paraná. É que a Companhia Paranaense de Gás (Compagás) decidiu repassar os dois aumentos anunciados pela estatal – de 13% a partir de 1.º de setembro e de 10% a partir de hoje – em uma única etapa. Assim, o reajuste total aplicado pela Petrobras foi repassado em aumento de 9,2% para os mercados industrial e o automotivo e de 2,36% para os mercados comercial e residencial. Os novos preços estão em vigor desde o dia 16 de setembro.
O reajuste de 24%, dividido em duas parcelas, é válido apenas para o combustível importado da Bolívia – que abastece, entre outros estados, o Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. No caso do gás natural produzido no País, o reajuste foi bem menor: de 12,8%, dividido em duas vezes: a primeira foi de 6,5% em 1.º de setembro, e a segunda de 5%, a partir de hoje.
Como a distribuição de gás canalizado é regulada pelos estados, as agências reguladoras deles é que determinam os percentuais de aumento que a distribuidora deverá aplicar para cada segmento de consumo. No caso do Paraná, a Compagás, ao anunciar os novos valores, em setembro, garantiu a estabilidade nas tarifas até o final de 2005, ?mantidas as atuais condições econômicas.?
De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), Romero de Oliveira, o aumento de preços não influenciou nas vendas de setembro. Com um consumo de 42 milhões de metros cúbicos diários, o Brasil deverá chegar ao fim do ano com uma taxa de crescimento 15% a 20% do mercado de gás natural. ?O gás ainda é um elemento competitivo. A cada mês, temos mostrado crescimento do mercado?, diz.
Fim do subsídio
O reajuste foi tomado em função da decisão da Petrobras de pôr fim aos subsídios ao gás boliviano comprado da YPBF e revendido no Brasil. Ao mesmo tempo, a empresa acabou com um ?congelamento? de preços do produto produzido no País, que durou quase três anos.
O gás natural é utilizado nas residências que recebem o gás canalizado, nos veículos movidos a GNV e também como combustível para indústrias e usinas termelétricas. No Paraná, o gás natural está disponível hoje em sete municípios (Curitiba, São José dos Pinhais, Campo Largo, Balsa Nova, Araucária, Palmeira e Ponta Grossa). São cerca de 1300 consumidores dos mercados comercial, industrial, veicular, residencial e de cogeração, responsáveis por um consumo médio de 750 mil metros cúbicos/dia do combustível, com picos de 925 mil metros cúbicos/dia.
