Os preços dos medicamentos deverão pressionar a inflação ao consumidor nos próximos meses, com destaque para abril e maio, na avaliação do coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Braz. Segundo o pesquisador, os preços relacionados aos gastos com transportes, destaque na inflação ao consumidor do primeiro trimestre, deverão desacelerar daqui por diante, já que não há tantos reajustes de tarifas de ônibus e trens no radar, mas a gasolina deverá seguir pressionando os orçamentos domésticos.
“A gasolina tende a continuar pressionando, mas os transportes podem pressionar menos, por causa do transporte público”, afirmou Braz, lembrando que ainda há reajustes aplicados pela Petrobras nas refinarias que deverão chegar ao varejo em abril.
Os medicamentos deverão ser destaque na pressão inflacionária porque, no último dia 30, o governo federal autorizou reajuste de até 4,33% nos preços dos remédios, a partir do dia 31.
Essa alta não foi captada nem pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março nem pela primeira prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de abril e, na visão de Braz, deverá ser escalonada entre abril e junho, com destaque para abril e maio.
Uma primeira leitura das coletas de preços já feitas pela FGV nos primeiros nove dias deste mês sugere uma inflação de 0,6% na comparação com o início de março, adiantou o pesquisador.
O primeiro índice a captar o movimento será o IGP-10 de abril, previsto para ser divulgado na próxima segunda-feira, dia 15.