O efeito do reajuste nas tarifas de água e esgoto foi o principal fator que pressionou a aceleração do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na capital paulista e é apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), destacou o coordenador da pesquisa, André Chagas. Na segunda quadrissemana de julho, o indicador registrou alta de 0,57%, ante avanço de 0,43% na leitura anterior.

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De acordo com Chagas, o aumento de 7,45% nas tarifas de água e esgoto na segunda quadrissemana fez com que o item tivesse a maior contribuição individual para o IPC. Ele foi responsável sozinho por 0,13 ponto porcentual da alta de 0,57% registrada no indicador. “Se você descontar esse 0,13 da alta de 0,57%, vai ficar com uma variação muito parecida com a da semana anterior (0,43%)”, destacou o coordenador da pesquisa.

O economista ressaltou que esse impacto deve perdurar ao longo de julho. “Ele deve continuar sendo importante, o que torna o mês de julho uma repetição do que vem sendo a inflação deste ano, motivada por reajustes de tarifas de serviços públicos”, afirmou. Segundo ele, o reajuste das tarifas de energia elétrica só deve começar a impactar no IPC em agosto, quando as contas de luz começarem a chegar aos consumidores paulistanos.

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Revisão

O resultado da segunda quadrissemana levou a Fipe a alterar a previsão para o IPC fechado de julho. A instituição prevê agora que o indicador feche o mês com alta de 0,69%, maior do que o avanço de 0,63% previsto até a semana passada. Chagas explica que a revisão foi motivada basicamente por itens de três grupos diferentes, que não tiveram impacto importante nessa semana, mas “já ascenderam a luz amarela para as próximas”.

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O primeiro grupo, citou, é Habitação, que deverá ser pressionado pelo item condomínio, que acelerou para alta de 0,54% na segunda quadrissemana, ante aumento de 0,26% na leitura anterior. Em Alimentação, acrescenta, alimentos in natura também motivaram a revisão. “Frutas, legumes e tubérculos, todos estão com variação acima de 3%”, ressaltou. O terceiro item é contratos de assistência média, no grupo Saúde.

O coordenador explicou que o item deve ter um “repique inflacionário” em julho e agosto, em razão do reajuste de 13,55% autorizado pela Agência Nacional de Saúde (ANS) nos contratos de planos de saúde. O reajuste é retroativo a maio. “As contas de saúde vão vir muito altas em julho e agosto para compensar o que não foi pago em maio e junho, mas, em setembro, deve ter pequena queda, porque termina o rateio do retroativo”, disse.

Outros itens

Embora não tenham tido impacto importante na segunda quadrissemana, outros itens vêm chamando atenção do coordenador do IPC. Um deles são produtos industrializados, no grupo Habitação, que começaram a mostrar uma “recomposição” de margens, “provavelmente repassando reajuste de energia”. Em Despesas Pessoais, ele ressaltou “reajustes importantes” no item viagens e a desaceleração de passagens aéreas (de 3,16% para 1,59%).

O economista também destacou o grupo Alimentação, que avançou 0,57% na segunda quadrissemana de julho, voltando a patamares de junho. “Tivemos um peso importante para alimentos industrializados, com alta de 1%. Nesse ponto, destacamos alimentos semielaborados, principalmente carnes, pesquisas e cereais no geral, que aceleraram bem, de 0,99% para 1,24%”, afirmou. Em Transportes, Chagas chamou a atenção para a deflação de 0,04%, em razão da queda do preço de 2,02% do etanol.