O presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, disse nesta segunda-feira, 14, que “não será o fim do mundo” se o governo tiver que trabalhar por mais tempo na substituição da taxa de juros que norteia o custo dos financiamentos do banco de fomento.

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Hoje, após participar de evento na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Rabello comentou que o País tem outros problemas mais urgentes a resolver. “A MP é de longo prazo. Começa a ter repercussão apenas em 2019. O Pais pode ficar um pouco mais tranquilo porque temos mais problemas emergenciais a resolver. Será muito bom se ela for aprovada, mas também não é o fim do mundo se tivermos que trabalhar um pouco mais na definição”, afirmou o presidente do BNDES.

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A Câmara e o Senado têm até, no máximo, 6 de setembro para votar a Medida Provisória da Taxa de Longo Prazo (TLP), criada para substituir a atual Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Com juros mais altos, a nova taxa visa a eliminar os subsídios embutidos nos empréstimos do BNDES, cujas fontes de recursos, em especial o Tesouro, captam dinheiro à taxa Selic (9,25% ao ano) – portanto, mais alta do que a cobrada ao banco de fomento.

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Durante palestra na ACSP, Rabello criticou, porém, a forma como esse subsidio é calculado. Segundo ele, a “história da TLP está mal formulada”. O economista citou que, como um banco lucrativo, o BNDES paga hoje ao Tesouro não apenas os juros da TJLP, mas também dividendos e impostos.

“O custo final (do BNDES) não é a ‘TJLP careca’, mas sim a TJLP mais todas as devoluções”, comentou. Ele também teceu criticas ao uso do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) como um dos indexadores no cálculo da nova taxa. Para ele, o País tem que evoluir para a desindexação absoluta da economia.