O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, criticou nesta segunda-feira, 14, a falta de “economicidade” das decisões judiciais e disse que é preciso ensinar economia aos procuradores da Lava Jato. Junto com o baixo apetite das empresas em realizar investimentos, ele citou como um dos motivos para a queda dos financiamentos no País a perda de cadastro no banco por grandes empreiteiras enredadas pela operação que investiga desvios na Petrobras.

continua após a publicidade

“De um lado, falta apetite no setor privado. Do lado dos grandes projetos, eles estão sob o efeito lavajático. Não sobrou praticamente uma única grande empreiteira com cadastro para fazer o próximo negocio dentro do banco”, comentou Rabello em palestra proferida na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). “Estão jogando fora o bebê junto com a água do banho. Não há economicidade nas decisões judiciais”, acrescentou.

continua após a publicidade

Rabello disse que o processo de limpeza do Brasil é “fundamental, imprescindível e inadiável”, mas que é preciso ensinar aos procuradores que “da caneta deles” saem desemprego e fechamento de empresas.

continua após a publicidade

“A punição para o empresário que se envolveu em mal feito é trabalhar mais, associar-se ao País – ao invés de associar-se ao mal feito -, lucrar mais, terminar a obra”, assinalou o presidente do BNDES, que ainda fez um paralelo com a JBS, frigorífico em que o banco é um dos principais acionistas.

Segundo ele, não se pode permitir que a JBS “afunde” o sistema pecuário brasileiro como punição aos crimes cometidos por seus controladores, os irmãos Joesley e Wesley Batista, que fizeram delação que atingiu, entre outros políticos, o presidente Michel Temer (PMDB).