Questão política gera incerteza maior de curto prazo, diz Nelson Barbosa

O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, minimizou o impacto da crise política no interesse de investidores estrangeiros nos projetos de infraestrutura que estão sendo apresentados nesta semana nos Estados Unidos. Para ele, os problemas na política podem criar uma volatilidade de curto prazo, mas não afetam o potencial de longo prazo do Brasil.

“É preciso separar as coisas. O Brasil tem instituições fortes para lidar com esses problemas. Isso pode levar a algum efeito de curto prazo, criar uma expectativa de volatilidade na economia no curto prazo, mas estamos falando em projetos de 20, 30 anos”, disse Barbosa a jornalistas na manhã desta segunda-feira, logo após fazer uma apresentação para cerca de 470 investidores da nova rodada de concessões, com projetos em portos, rodovias, ferrovias e aeroportos.

“O fundamento desses projetos, que é o crescimento da demanda – há uma demanda reprimida muito grande, que garante a rentabilidade – e a própria tradição que o Brasil tem de respeito aos contratos, transparência de recursos públicos, isso predomina”, afirmou o ministro, que após a palestra passa a integrar a comitiva da presidente Dilma Rousseff, que tem no final da manhã desta segunda-feira, 29, reunião fechada com empresários dos Estados Unidos.

Barbosa disse ainda que ele terá novas conversas com empresários nos EUA, incluindo na tarde desta segunda-feira, mas afirmou que já há vários interessados nos projetos. Duas das áreas que mais despertaram interesse são portos e aeroportos, especialmente os regionais.

“Em portos, são vários terminais e os investimentos são menores, tem mais concorrência, há muito interesse”, disse. “Em aeroportos há muito interesse, especialmente nos regionais”, completou.

Segundo ele, já existem outros aeroportos regionais no Sudeste e também no Centro-Oeste pedindo o mesmo tipo de procedimento. “São investimentos mais diversificados para players que queiram começar projetos no Brasil, de menor escala.” Já em rodovias, o ministro disse que o interesse é mais do investidor doméstico, que já conhece as operações e está operando. “Eles sabem o potencial”, declarou.

Sobre novos anúncios de investimento que podem ser feitos nos próximos meses, Barbosa afirmou que há vários investimentos em telecomunicação e o governo planeja fazer mais um leilão de 4G e ainda pretende lançar o Plano Nacional de Banda Larga até setembro, com metas para quatro anos e recursos públicos e privados. Ele citou ainda o setor de energia, que deve ter até o final do ano o leilão da 13ª rodada de petróleo e gás.

Petrobras

Após sua explanação a investidores, o ministro disse a jornalistas ter “plena confiança” de que a Petrobras, que está em processo de reestruturação, está se recuperando. “A produção de petróleo no Brasil vem crescendo e vai continuar crescendo”, afirmou.

Questionado sobre o novo Plano de Negócios e Gestão 2015-2019, anunciado hoje e que prevê corte de 37% nos investimentos da petroleira, para US$ 130,3 bilhões, Barbosa preferiu não comentar detalhes do plano. “Com o novo preço do petróleo e com o planejamento financeiro que a Petrobras está fazendo, eles estão reprogramando seus investimentos”, disse.

Barbosa ressaltou que o processo de reestruturação da Petrobras já tem apresentado resultados e as ações da companhia têm se recuperado. “A produção de petróleo do pré-sal já vem subindo e é isso que dá as bases para essa expansão”, afirmou

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