Queda no emprego formal chega a 16%

Foto: Agência Brasil

Ministro Marinho: bom e dentro das expectativas.

Brasília – O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, classificou como ?bom e dentro das expectativas? do governo a criação de 148.019 novos empregos formais pela economia em fevereiro, embora o número tenha ficado 16,2% abaixo do saldo positivo gerado no mesmo mês do ano passado (176.632). Os números, divulgados ontem, são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, que registra todas as demissões e admissões feitas pelas empresas que contratam pelas regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

?O resultado não nos surpreendeu?, comentou. Marinho disse que a redução no ritmo de geração de novos empregos com carteira assinada no mês pode ser explicada pelo fato de fevereiro de 2006 ter concentrado grande número de ?feiras e eventos turísticos? em grandes cidades do Sul e Sudeste. Para o ministro, é cedo para falar qual será a tendência do ano no mercado de trabalho. ?Somente em maio poderemos ter uma visão mais geral?, afirmou.

Todos os grandes setores da economia registraram mais contratações do que demissões de trabalhadores, sendo que os serviços geraram 62,8 mil novas vagas, a indústria de transformação ficou positiva em 30,8 mil novos postos e a agropecuária registrou 21,9 mil. No bimestre, o melhor desempenho dos três foi a indústria, registrando o seu segundo melhor resultado para o período da série do Caged, abaixo apenas do primeiro bimestre de 2004.

?Se a indústria de transformação continuar nesse ritmo, certamente ela vai puxar o crescimento do ano como ocorreu em 2004. No entanto, ainda é cedo para falar que isso é uma tendência?, afirmou Marinho. Alguns setores que vinham com bom desempenho apresentaram redução no ritmo de geração de empregos, como a construção civil. Em janeiro, as empresas desse setor criaram 11,7 mil novos empregos e em fevereiro foram apenas 5,5 mil.

Marinho apontou o menor número de obras públicas sendo tocadas pelos governos (federal, estaduais e municipais) neste início de ano como uma das principais explicações para isso. ?O ano passado era eleitoral e os governos anteciparam para o primeiro semestre a execução de suas obras para não esbarrar nas limitações da lei eleitoral e este ano isso não é necessário?, comentou Marinho. Pela lei, em ano eleitoral obras não podem ser licitadas três meses antes das eleições.

Programa pode perder dinheiro

Brasília (AE) – O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou ontem que vai sugerir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o fim da subvenção econômica dentro do programa Primeiro Emprego, que prevê o pagamento do governo às empresas por jovem empregado. Após anunciar o resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de fevereiro, Marinho disse que fará a sugestão para ajustar o programa, porque as empresas não estão conseguindo obter as condições para acessar os recursos.

Inicialmente, a subvenção anual era de R$ 1,5 mil para as pequenas e R$ 2,4 mil para as grandes empresas. Em maio de 2004, aconteceu o primeiro ajuste e o subsídio para quem contratasse mão-de-obra jovem passou a ser voltado apenas para as empresas de pequeno porte. No entanto, como para receber o dinheiro a empresa precisava estar em dia com o pagamento de impostos e tributos federais, poucas se interessaram. ?As empresas, às vezes, não estavam sempre em dia com o Estado e, por isso, é uma dificuldade?, comentou.

Por isso, segundo Marinho, o número de jovens contratados dentro do Primeiro Emprego tem sido maior por meio de outras ações do que pela subvenção econômica. Ele explicou que o programa não vai acabar porque não se baseia apenas em subvenção. A intenção é ampliar os investimentos na parte de qualificação profissional dentro do programa.

Segundo ele, o objetivo do programa é ajudar o jovem de baixa renda a conseguir uma oportunidade no mercado de trabalho, por meio de ações como o Juventude Cidadã e o Consórcio Social da Juventude. ?Vamos reforçar essas duas ações, para arrastar aquela juventude que está à beira do abismo. Jovens que muitas vezes estão em conflito com a lei, praticando delitos?, explicou Marinho.

Paraná gera 22.821 empregos no bimestre

O Paraná gerou no primeiro bimestre do ano 22.821 novos postos de trabalho com carteira assinada. O número é 6,3% maior que o alcançado em igual período do ano passado. Especificamente em fevereiro, foram mais 13.957 empregos formais no Estado. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

O cadastro aponta ainda que os números do bimestre no Paraná foram os melhores dos últimos 11 anos. Revela também que em fevereiro cresceu para 9,4% a participação do Estado na geração de empregos no País. Em todo Brasil, foram 253.487 novos empregos. No ano passado, a participação do Paraná ficou em 8%.

Os números do mês no Paraná, aponta o levantamento, ficaram entre os quatro melhores do País, juntamente com os de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. O interior, mais uma vez, foi responsável pela maioria (72%) dos empregos no Paraná. A região metropolitana de Curitiba foi responsável pelos 28% restantes.

Setores

Entre os setores que mais geraram postos de trabalho no primeiro bimestre no Paraná o destaque ficou com a indústria, com 12.008 novos empregos, ou 53% de todas as vagas ofertadas no Estado no período. Em seguida, aparecem o setor de serviços (6.931 novas vagas), o da construção civil (1.732) e o do comércio (1.697).

Emprego formal cresce 5,67% em Curitiba em 12 meses

Curitiba registrou no acumulado dos últimos 12 meses (fevereiro de 2006 a janeiro de 2007) um aumento de 5,67% no nível de empregos formais. Neste período, foram criadas na capital 28.527 vagas de trabalho, o que representa 6.684 empregos a mais do que o registrado de fevereiro de 2005 a janeiro de 2006. O crescimento do número de vagas em Curitiba foi superior ao percentual alcançado pelo Paraná no período, que foi de 4,97%.

O número de empregos criados em Curitiba representa 32,27% do total das novas vagas de trabalho que surgiram em todo o Estado. ?Isto significa que praticamente um terço dos novos empregos paranaenses concentraram-se em Curitiba?, diz Juraci Barbosa Sobrinho, presidente da Companhia de Desenvolvimento de Curitiba.

No acumulado dos últimos 12 meses, o crescimento do emprego ficou concentrado principalmente no setor de serviços, com 13.736 novas vagas. O comércio ficou em segundo lugar no ranking, com 7.227 novos empregos.

Juraci diz que os programas oferecidos pela prefeitura de Curitiba para promover o desenvolvimento empresarial e econômico da cidade contribuem para o resultado positivo alcançado no município. Ele destaca o Curitiba Tecnológica, mais conhecido como ISS Tecnológico – programa que permite que empresas prestadoras de serviço deduzam parte do Imposto Sobre Serviços (ISS) para investir em projetos de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico – e o Bom Negócio, que capacita empreendedores para a gestão de negócios.

A Grande Curitiba também se destaca positivamente com relação à taxa de desemprego. De acordo com o Ipardes, nos últimos oito meses de 2006 a região metropolitana de Curitiba obteve a menor taxa de desocupação, se comparada com as seis maiores regiões metropolitanas brasileiras, consideradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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