Queda nas vendas não é reflexo da crise mundial

A queda de 2,3% nas vendas reais da indústria em agosto passado, na comparação com julho, não é reflexo da crise financeira internacional nem é um indicador de que haverá uma reversão no bom desempenho do parque fabril nacional em 2008. A avaliação foi feita pelo economista-chefe da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco. Segundo ele, a redução do faturamento no mês passado pode ser atribuída, principalmente, ao fato de que agosto teve dois dias úteis a menos do que julho.

“A política monetária mais restritiva que vem sendo aplicada pelo Banco Central pode ter pesado, mas o efeito dos dias a menos é muito forte”, disse Castelo Branco. A CNI acredita que, apesar da crise e da alta dos juros, o crescimento robusto de 2008 já está praticamente assegurado. Pelas contas dos economistas da entidade, mesmo sem um crescimento das vendas de setembro a dezembro, o faturamento acumulado do setor industrial, no ano, aumentaria 6,8%.

De janeiro a agosto deste ano, as vendas reais da indústria apresentam avanço de 8,2% em relação a igual período do ano passado. O setor classificado como “Outros equipamentos de transporte” cresceu 34,9% no ano, com participação de 0,9 ponto porcentual no índice geral de expansão do faturamento da indústria. Apesar de terem, porcentualmente, uma alta menor – de 23,5%, de janeiro a agosto -, as montadoras de automóveis contribuíram com 2,7 pontos porcentuais para o avanço de 8,2% total da indústria.

Entre os setores que registram queda nas vendas no ano está o de alimentos e bebidas – de 0,4% no acumulado dos oito primeiros meses do ano. Segundo a CNI, a redução das vendas desse setor se deve, principalmente, à alta dos preços dos alimentos.

Emprego

Os técnicos da CNI destacaram também, ao apresentar a pesquisa, o fato de que o indicador de emprego vem registrando índices positivos há 33 meses seguidos. De janeiro a agosto deste ano, o emprego na indústria cresceu 4,4%.

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