A queda nas captações feitas por empresas no mercado de capitais reflete a antecipação de colocações pelas empresas no final de 2018 e também o esfriamento das expectativas com o desempenho da economia este ano, disse o vice-presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), José Eduardo Laloni, durante conversa com jornalistas sobre os números do primeiro trimestre desta indústria.

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No entanto, ele ponderou ser perceptível, uma atividade intensa das áreas de mercado de capitais dos bancos e dos intermediários das ofertas, além de uma busca grande das empresas por captar via mercado. “Vemos que a atividade no mercado de capitais segue aquecida, apesar da queda nos volumes do primeiro trimestre”, disse.

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Laloni notou que, no mercado de renda variável, houve boa evolução e lembrou da elevação nas captações para R$ 5,1 bilhões no primeiro trimestre, e que a partir da reforma da Previdência os montantes tendem a aumentar.

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“Acreditamos que esse volume vai se intensificar a partir de respostas concretas do lado econômico, dando mais confiança ao empresariado para levantar recursos. Nos próximos três meses, temos expectativa de sinalização positiva da reforma da Previdência, o que deve dar impulso ainda maior ao mercado que já está ativo”, comentou. Laloni observou haver bastante apetite do investidor estrangeiros e local para as ofertas de renda variável.

Na conversa com jornalistas para comentar os números do primeiro trimestre deste ano, Laloni citou a evolução dos números sobre o mercado secundário, citando que o volume negociado vem mostrando evolução positiva e sustentada desde o final de 2018, atingindo R$ 6,5 milhões no mês de fevereiro.

O número supera o volume de negociações no mercado secundário registradas em outubro de 2018, que movimentou R$ 6,1 milhões, o maior registro desde janeiro de 2018.

Outro destaque dado por Laloni foi à participação das pessoas físicas nas ofertas de debêntures, especialmente nas incentivadas. Do total das R$ 14,9 bilhões de emissões de debêntures feitas no primeiro trimestre deste ano, 10% foram absorvidos por pessoas físicas, porcentual superior aos 3,4% do primeiro trimestre do ano passado e o mesmo porcentual em todo o ano passado.

A participação das pessoas físicas nas ofertas de debêntures incentivadas alcançou 60% no primeiro trimestre deste ano, de 15,4% no mesmo intervalo de 2018. Foram emitidas R$ 10,6 bilhões de debêntures incentivadas no primeiro trimestre de 2019.