Ao divulgar uma nova estimativa para a safra 2008/2009 de grãos, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, confirmou nesta quinta-feira (5) a queda na produção. Os números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), empresa pública, vinculada ao ministério, apontam recuo de 6,5% na colheita da safra de verão. “A quebra pode ficar entre 6% e 8%, resultado que ainda depende das condições climáticas”, afirmou Stephanes. As baixas mais significativas foram nas lavouras de soja, milho e feijão.

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O ministro disse ainda que entre 5% e 10% da safra 2008/09 de grãos já foi colhida. A colheita, lembrou, começou em alguns Estados, mas os trabalhos de campo devem se intensificar nas próximas semanas.

Segundo ele, as lavouras mais prejudicadas foram as do Sul do País. “No Paraná, as perdas foram grandes. A quebra foi um pouco menor no Rio Grande do Sul porque as lavouras de soja foram plantadas um pouco mais tarde. Em Santa Catarina, também foram registradas perdas”, comentou.

Stephanes disse que o clima seco não deve prejudicar mais a produção de soja em Mato Grosso. “A perspectiva é de recuperação das lavouras”, disse. O quadro é diferente no Rio Grande do Sul, onde, segundo o ministro, pode haver uma queda ainda maior na safra.

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O ministro reafirmou, ainda, que a área plantada com grãos tem se mantido estagnada nos últimos anos. Apesar do recuo, a safra deste ano será a segunda maior da história do País. No ano passado, lembrou ele, a colheita foi muito boa, resultado das condições climáticas favoráveis. “A safra do ano passado foi muito boa. O crescimento foi de 9%”, disse.

Comercialização

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O ministro da Agricultura avaliou que as perspectivas para comercialização da safra 2008/09 de grãos são melhores do que as observadas há três ou quatro meses. A reação dos preços internacionais, disse, diminuiu a necessidade de intervenção no governo na comercialização da safra.

Diante desse quadro, o ministro disse que o recurso disponível no orçamento para apoio à comercialização agrícola não deve ser usado.

União Europeia

Stephanes afirmou que as perspectivas são positivas para as exportações de carne bovina e frango, apesar das dificuldades para venda desses produtos no mercado internacional devido à crise financeira que reduziu a oferta de crédito para exportação e dos temores de queda na demanda mundial. “Embora tenha havido uma queda nas exportações de carne bovina em dezembro, em janeiro houve uma recuperação”, disse.

No caso da carne bovina, ele acredita em incremento das exportações para os países da União Europeia (UE), como resultado das inspeções feitas por técnicos europeus em fazendas brasileiras no mês passado. “Eles vieram auditar o trabalho de rastreamento. Ao fim do trabalho, os três chefes das missões me disseram que ficaram extremamente satisfeitos (com o trabalho feito pelas autoridades brasileiras). As avaliações foram positivas”, afirmou ele. A reunião com os europeus aconteceu na última segunda-feira (dia 2). Hoje, disse Stephanes, 850 fazendas têm autorização para vender para o bloco.

 

Hoje, disse ele, a UE importa do Brasil um terço do que importava antes da crise do rastreamento. “Ainda temos margem para exportar para a União Europeia”, afirmou.