A queda de 3% nas vendas do varejo no acumulado de 2015 até agosto é o pior resultado para o período desde 2003, quando o recuo no período era de 5,5%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar do recorde, os dois períodos guardam poucas semelhanças, afirmou Isabella Nunes, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do órgão.

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“A semelhança com 2003 é que houve deterioração no mercado de trabalho. Mas as condições são diferentes, o mercado de trabalho era menor em 2003, e o mercado de crédito praticamente não existia”, observou Isabella.

Atualmente, os fatores que mais pesam sobre o consumo das famílias e, consequentemente, afetam as vendas no comércio são a restrição ao crédito, diante do aumento de juros, a redução da massa salarial, a queda no número de trabalhadores com carteira assinada e a inflação de alimentos, mais pressionada do que a média, afirmou a gerente.

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A revisão dos resultados das vendas no varejo em julho ante junho foi provocada por mudanças fornecidas por informantes, principalmente do setor de móveis e eletrodomésticos, explicou Isabella Nunes.

Segundo o IBGE, houve queda de 1,6% nas vendas do varejo no período, contra -1,0% na leitura inicial. Com isso, julho de 2015 sustenta a marca de pior resultado para o mês em toda a série, iniciada em 2000.

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As maiores mudanças ocorreram no segmento de móveis e eletrodomésticos, em que a queda de 1,7% em julho ante junho foi revista para um recuo de 2,5%. Houve revisões também em hipermercados e supermercados (-1,0% para -1,5%) e combustíveis e lubrificantes (-0,4% para -0,8%).

“As mudanças vieram do próprio informante, principalmente de móveis e eletrodomésticos”, disse Isabella. “Nem sempre a pesquisa é respondida pela mesma pessoa. Então, sempre conferimos o dado do mês anterior, e houve alterações significativas”, acrescentou.