A queda de 4,1% da produção de veículos automotores na comparação entre os resultados de julho e junho reflete o arrefecimento da demanda por carros brasileiros no exterior, explicou nesta segunda-feira, 6, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale.
“No início do ano, tínhamos uma previsão de exportação de 800 mil unidades, que precisou ser revisada no mês passado para 766 mil diante da volatilidade no cenário internacional”, comentou Megale.
Se confirmado, o desempenho representará alta de 4,5% ante o volume exportado em 2017.
“As empresas já fizeram pequenos ajustes para atender à demanda de exportação. Os mercados consumidores, principalmente na América Latina, estão bastante voláteis”, disse o executivo. As dificuldades estão relacionadas principalmente com as compras pela Argentina e México, disse Megale.
O tabelamento dos preços de frete, pauta negociada pelo governo para solucionar a greve dos caminhoneiros no fim de maio e início de junho, até poderá ter um efeito positivo sobre a demanda interna, reconheceu Megale, mas não está incorporado no cenário da Anfavea. “Ainda é cedo para avaliar se haverá aumento da frota por causa do tabelamento do frete. O Supremo ainda vai decidir ainda sobre a validade do tabelamento, portanto, não podemos considerar, por enquanto”, explicou, durante coletiva de imprensa.
Para o presidente da entidade, o aquecimento da atividade econômica é um fator que poderá ser mais determinante sobre a produção de veículos no País. “Esperamos que o aumento da demanda venha pelo desenvolvimento econômico do País e não por consequência de uma decisão sobre tabelamento de frete.”