Araraquara, SP (AE) – Pelo menos R$ 10 bilhões, ou cerca de US$ 4 bilhões, deixaram de ser incorporados à agricultura brasileira na safra 2004/2005, em virtude da quebra de 20 milhões de toneladas na colheita de grãos em relação à prevista inicialmente. As causas são a forte estiagem no Centro-Sul do Brasil e a baixa tecnologia aplicada à lavoura em algumas áreas.

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A estimativa é do próprio ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que prevê ainda uma safra menor do que a de 2003/2004, quando foram colhidas 119,25 milhões de toneladas de grãos. Até agora a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimava a safra 2004/2005 em 119,5 milhões de toneladas, número que será menor, na opinião de Rodrigues, na próxima previsão a ser divulgada na próxima semana.

?Eu acho que a previsão trará uma nova redução e é praticamente certo que a safra será menor até do que a do ano passado?, disse Rodrigues, que participou ontem de uma reunião com pesquisadores e citricultores em Araraquara (SP).

Na primeira estimativa de safra, feita em outubro do ano passado, o governo previa uma produção de quase a 130 milhões de toneladas de grãos e, se a previsão de Rodrigues se concretizar, ela deve ficar próxima a 110 milhões de toneladas. ?É uma crise imensa e financeira para a agricultura. Temos de olhar isso com cuidado?, disse o ministro.

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O ministro comentou, pela primeira vez, a suspensão da exportação de carne bovina para os Estados Unidos. Ele admitiu que a decisão, tomada pelo governo durante a semana, foi para se adiantar a um possível embargo norte-americano à carne brasileira, o que poderia causar conseqüências desastrosas para o País. ?Nós achamos melhor tomar a decisão de suspender a emissão de certificados durante um período, para que possamos implementar toda as solicitações do lado deles sem que houvesse o embargo. Nós é que nos adiantamos ao possível embargo?, disse o ministro.

Falando para pesquisadores, o ministro revelou ainda que pretende implementar na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) um modelo de fomento de pesquisas por meio da iniciativa privada e que irá visitar a Nova Zelândia, ainda este mês, para conhecer a experiência local.

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?Lá o financiamento à pesquisa é fortemente apoiado pela área privada. É esse modelo que eu quero trazer para o Brasil e conversar com a agroindústria, cooperativas. Acho que temos um bom caminho pela frente nessa direção, já que a Nova Zelândia foi privatizando de maneira consistente o financiamento da pesquisa e o governo mantém estrutura e recursos humanos treinados, preparados?, disse Rodrigues.