Os gastos mais elevados com alimentação e despesas pessoais responderam por quase 90% da inflação de janeiro, segundo Pedro Kislanov da Costa, analista do Sistema Nacional de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Quase 90% do índice foi Alimentação e Despesas Pessoais. Lembrando que Vestuário teve queda”, disse Costa.
Os alimentos subiram 0,90% em janeiro, uma contribuição de 0,22 ponto porcentual para a inflação do mês. Já os gastos com despesas pessoais aumentaram 0,61%, um impacto de 0,07 ponto porcentual. Juntos, os dois grupos contribuíram com 0,29 ponto porcentual para o IPCA de 0,32% registrado em janeiro.
As condições climáticas desfavoráveis pressionaram os preços dos alimentos em janeiro, explicou Costa. No grupo Despesas pessoais, pesaram as elevados de preços de excursão (6,77%), hotel (1,06%), manicure (0,85%) e cabeleireiro (0,69%).
Na direção oposta, o grupo Vestuário caiu 1,15%, ajudando a conter o IPCA de janeiro em -0,07 ponto porcentual. Ficaram mais baratas as roupas femininas (de 2,34% em dezembro para -2,00% em janeiro), roupas infantis (de 0,91% em dezembro para -1,06% em janeiro) e roupas masculinas (de 1,57% em dezembro para -0,99% em janeiro). Os calçados também registraram queda, de -0,65%.
Apesar do avanço no IPCA, que fechou dezembro com alta de apenas 0,15%, Costa lembra que a inflação oficial continua dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,25% em 2019, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual para baixo e para cima. Nos 12 meses encerrados em janeiro, o IPCA ficou em 3,78%.
“A inflação de 0,32% (em janeiro) a gente pode dizer que está normal, dentro do padrão sazonal de cada grupo esperado para o mês”, avaliou o pesquisador do IBGE.