Após três trimestres consecutivos de queda, a qualidade de crédito do consumidor reagiu positivamente no primeiro trimestre de 2011. O Indicador Serasa Experian da Qualidade de Crédito do Consumidor situou-se em 80,3 pontos no 1º trimestre de 2011, retornando ao patamar verificado no 2º trimestre de 2010. Este indicador avalia, numa escala de 0 a 100, a qualidade de crédito do consumidor – quanto maior, melhor a qualidade de crédito e, portanto, menor é a probabilidade de inadimplência, caso este consumidor venha a requerer crédito.
A melhora percebida do risco de crédito no 1º trimestre de 2011 relaciona-se com o fato de que o endividamento dos consumidores, em função das medidas de contenção ao crédito (aumento da taxa básica de juros, dos compulsórios e medidas macroprudenciais) já está evoluindo numa velocidade menos intensa do que a observada durante o ano de 2010. Isto melhora o balanço de riscos entre o endividamento e a capacidade de pagamento, deteriorada ao longo dos trimestres anteriores pelo crescimento bem mais acelerado do endividamento.
Desta forma, o atual momento de elevação da inadimplência – que foi antecipado pela trajetória de queda do Indicador Serasa Experian da Qualidade de Crédito do Consumidor entre o 1º trimestre de 2010 e o 4º trimestre de 2010, e que deve durar pelo menos até o final deste semestre, conforme identificado pelo Indicador Serasa Experian de Perspectiva da Inadimplência, divulgado no último dia 11/04 –, não se configura, por ora, como uma crise mais grave de inadimplência. Isso porque, segundo os economistas da Serasa Experian, este indicador de Qualidade do Crédito (sinalizador de probabilidade futura de inadimplência) já indica alguma melhora no risco de crédito dos consumidores mais para o final do ano.
Análise por Rendimento Pessoal Mensal
Na classificação por rendimento mensal, todas as classes de renda experimentaram avanço em suas qualidades de crédito no 1º trimestre de 2011. O maior crescimento foi observado pelos consumidores de baixa renda, que ganham até R$ 500 por mês (alta de 0,6%)
Contudo, mesmo tendo registrado o maior avanço no 1º trimestre de 2011, a faixa de rendimento mais baixa continua apresentando níveis menores em termos de qualidade de crédito. Com efeito, a classe que ganha até R$ 500 por mês é a que possui o menor índice de qualidade de crédito (76,0). No outro extremo, a classe acima de R$ 10 mil registra o melhor indicador, 93,8, seguida pela classe de renda de R$ 5 mil a 10 mil (92,4). Ou seja, a qualidade de crédito do consumidor tende a ser positivamente correlacionada com a sua renda.
Análise Regional
Comparativamente ao trimestre anterior (4º trimestre de 2010), os consumidores das regiões Sudeste e Centro-Oeste foram os que mais conseguiram elevar suas qualidades de crédito durante o 1º trimestre de 2011: altas de 0,6% e 0,5%, respectivamente.
Na análise regional, verifica-se que as regiões Sul e Sudeste são as únicas a se situarem acima da média nacional (80,3), em termos de qualidade de crédito dos seus consumidores, registrando as marcas de 85,0 e 80,7, respectivamente. Em seguida temos a região Centro-Oeste, com 79,0 e a região Nordeste com 78,4. E, por fim, aparece a região Norte com 76,4.