Qualidade dá prêmio ao café do Paraná

Um grupo de produtores de café premiados nacionalmente em concurso realizado em Vitória, no Espírito Santo, homenageou ontem o governador em exercício Orlando Pessuti pelo apoio e incentivo do Governo na retomada da produção de café com qualidade no Paraná. Segundo eles, que se reuniram com Pessuti no Palácio Iguaçu, graças às pesquisas desenvolvidas pelo Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), o Estado ficou com o 1.º e 3.º lugar nas categorias Café Natural e Cereja Descascado.

No concurso, o Paraná foi representado pelos produtores Valtamir Mezzomo, de Salto Itararé, e Fábio Dória Scatolin, primeiro na categoria Café Natural e terceiro na Cereja Descascado, respectivamente.

Ambos foram escolhidos na etapa 2006 do projeto Café Qualidade Paraná, desenvolvido pelo Governo do Estado em parceria com a Câmara Setorial do Café e entidades ligadas ao setor. ?Importante que a gente pudesse estar aqui hoje também para relembrar que a cafeicultura significou muito para o Estado em termos econômico e de colonização?, afirmou o governador.

De acordo com Pessuti, o Paraná tem uma história bonita com o café. ?Em 1962 chegamos a colher 24 milhões de sacas. O Paraná foi o maior produtor de toda a história do país e o Brasil o maior do mundo?, destacou. Segundo ele, apesar de toda esta história, hoje o Estado produz aproximadamente 10% do que produzia em 1960. ?Isso em função do excelente trabalho do nosso ex-governador Paulo Pimentel em favor da agricultura e da cafeicultura?, recordou.

Pessuti informou que convidou o ex-governador para participar do ato, ?só que ele hoje não podia vir?, frisou. O governador lembrou a geada de 1975, que modificou o perfil da atividade agrícola do Estado, fazendo surgir a soja, milho e trigo em substituição a lavoura do café. ?Tudo isto está na nossa memória e recomeçamos este trabalho de fortalecimento da cafeicultura no primeiro governo do Roberto Requião (1991-94)?, declarou.

Homenagens

Do prefeito de Apucarana, Valter Pegorer, e do vice Valdemar Garcia, Pessuti recebeu uma cópia do troféu conquistado por Mezzomo no Espírito Santo. Ele recebeu ainda do prefeito de Mandaguari, Ari Eduardo Stroher, uma seleção de grãos de café produzido no município e dos cafés selecionados este ano, do presidente da Comissão Julgadora do Café Qualidade Paraná, Francisco Barbosa Lima.

O vencedor do concurso na categoria Café Natural, Valtamir Mezzomo, lembrou que há três anos convidou um amigo para iniciar a produção de café em Salto do Itararé, no Norte Pioneiro. ?E fomos felizes que em nossa primeira colheita chegamos aqui?, frisou. O produtor agradeceu o empenho e a colaboração de todos os órgãos envolvidos no projeto do Governo do Estado retomado após 15 anos de paralisação.

?Quero aproveitar para dizer que os produtores busquem as informações, que estão bem fáceis, perto. O Paraná está com uma riqueza muito grande em termos de técnica e é só aproveitar?, orientou.

Relação histórica

O produtor Fábio Dória Scatolin, terceiro lugar na categoria Cereja Descascado, disse que a produção agrícola ainda é uma atividade extremamente importante no Estado e vai continuar sendo nos próximos anos. ?A minha impressão é que o café tem uma relação com nosso solo e clima que já vem de mais de um século. E esta relação não podia acabar com a geada de 1975?.

Segundo Scatolin, a presença de todos na homenagem ao governo prova que o produtor e a sociedade paranaense sabem da necessidade de construir uma nova fase de prosperidade. ?E ela vem sendo viável hoje na pequena e média propriedade através do aumento da produtividade e qualidade, mostra que é viável a produção no Estado?. (AEN)

Produção cresceu 56%

O secretário da Agricultura, Newton Pohl Ribas, destacou o uso dos produtores da variedade Iapar 59, desenvolvida pelo Instituto, garantiram o desempenho do Paraná no Espírito Santo. ?É um dos nossos motivos de orgulho. O Instituto Agronômico do Paraná foca na seleção o melhoramento genético do café desde o seu primeiro momento há mais de 34 anos?.

De acordo com Ribas, o Paraná teve em 2006 uma área total de 103 mil hectares produzidos com café, atingindo 2,2 milhões de sacas, cerca de 56% a mais que no ano passado. O programa, segundo ele, envolve mais de mil agricultores e gera cerca de 70 mil empregos em 212 municípios. ?Contando também com 130 indústrias de torrefação e duas de café solúvel. O Paraná é o 5.º produtor nacional de café?, frisou.

O secretário executivo da Câmara Setorial do Café, Paulo Franzini, disse que hoje o Paraná está resgatando algo que há muito havia perdido. ?Então o programa que começou há 15 anos, resgatando a questão da revitalização da cafeicultura, melhorando a produtividade e há cinco anos passamos a trabalhar com a qualidade e os concursos são os mecanismos de legitimar isso?.

De acordo com ele, o projeto no Paraná, que em 2006 participou pelo segundo ano consecutivo do concurso em nível nacional, envolveu 476 produtores de 59 municípios. ?No ano passado ficamos em quinto lugar nas duas categorias e este ano ficamos em campeão do café natural e do cereja descascado?, destacou. (AEN)

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