As casas de champanhe francesas pediram nesta segunda-feira (5) ajuda diplomática sobre uma nova lei russa que reserva o termo “champanhe” para vinhos espumantes produzidos na Rússia.
Os produtores franceses se beneficiam de uma denominação de origem controlada, que supostamente lhes dá o uso exclusivo da palavra “champanhe” nos países que aderem ao Acordo de Lisboa sobre indicações geográficas distintas.
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Mas a Rússia não assinou este acordo e na sexta-feira (3) o presidente Vladimir Putin assinou uma lei que proíbe o uso da tradução russa do champanhe –shampanskoe– em garrafas importadas.
Os produtores franceses ainda poderão usar a palavra em francês, mas também terão que escrever “vinho espumante” no verso das garrafas, uma heresia para essas marcas.
Eles “pedem aos diplomatas franceses e europeus que obtenham a emenda desta lei inaceitável”, disse o Comitê de Champagne, que reúne vinicultores e produtores da região de Champagne, no nordeste da França, em um comunicado.
Denunciaram uma medida “escandalosa” que “questiona mais de 20 anos de negociações bilaterais entre a União Europeia e a Rússia sobre a proteção de denominações de origem controladas”.
A Moët Henness, de propriedade do conglomerado de luxo LVMH, disse no domingo (5) que vai cumprir a lei e retomar as exportações de suas marcas, incluindo Dom Perignon, Moët & Chandon e Veuve Clicquot, “o mais rápido possível”.
“A MH Champagne Maisons sempre respeitou a legislação em voga onde operou e retomará as entregas assim que possível uma vez que os ajustes forem feitos”, disse a empresa, em comunicado.
Nesta terça (3), o ministro da Agricultura francês, Julien Denormandie, disse que “champanhe” é um nome que só poderia ser usado em vinhos espumantes da região homônima da França, embora outros países já tenham tentado reivindicar a denominação para si.
“Vocês podem imaginar a reação das autoridades francesas”, disse Denormandie à Sud Radio.
“A palavra ‘Champagne’ vem daquela região linda da França em que o champanhe é produzido”, continuou.