São Paulo – O presidente nacional do PT, José Genoino, cobrou ontem do governo federal mudanças na política econômica, com a adoção de “mais ousadia, mais iniciativa e diversificação da agenda”. “Na questão macroeconômica é fundamental a gente não ter susto nem abalo, mas é importante também combinar com a microeconomia de cadeias produtivas, regiões econômicas do País, combinando também a política de exportações, que está dando certo, com uma política de mercado interno de massas”, afirmou. Os petistas se reuniram ontem na sede do partido, na capital paulista.
Segundo Genoino, o partido mantém apoio “fundamental e inquestionável” à condução do Ministério da Fazenda por Antonio Palocci, negando, desta forma, que o PT estava sugerindo alguma medida de relaxamento da política de ajuste fiscal do governo. Pouco antes de conceder a entrevista coletiva, os petistas divulgaram nota de defesa “do patrimônio ético” do partido, em que já cobravam mudanças na política econômica: “Vamos trabalhar com afinco para que o governo implemente as medidas necessárias para que 2004 marque o início de um novo e sustentado ciclo de desenvolvimento econômico e social do País”, diz a nota.
O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, também defendeu o redirecionamento da política econômica do governo, no discurso de abertura do I Encontro Nacional sobre Questões do PCdoB. Ele afirmou que a manutenção e continuidade da política atual é um entrave para a definição de um novo projeto de desenvolvimento rápido e sustentável. Rabelo afirmou, no entanto, que o Governo Lula é o meio de alcançar o objetivo maior do PCdoB, que é a construção do socialismo.
O governador do Acre, Jorge Viana (PT), foi outro que reiterou que a direção nacional do PT vai cobrar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva mudanças na condução da política econômica. “É possível melhorar ainda mais a política que o ministro Palocci (da Fazenda) está coordenando”, disse, após reunião da direção nacional do partido, hoje na capital. Segundo Viana, o PT está hoje no governo e, portanto, não deve ficar “apenas falando”, mas deve partir para a ação e para a agenda positiva que propôs na campanha eleitoral.