economia

Provisão para risco de crédito derrubou resultado acumulado em 9 meses, diz BNDES

O aumento nas provisões para risco de crédito foi o principal responsável por derrubar o lucro líquido do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no acumulado em nove meses neste ano. A instituição de fomento informou, mais cedo, que acumulou lucro de R$ R$ 4,240 bilhões entre janeiro e setembro de 2016, queda de 36,1% ante igual período do ano passado.

A despesa com provisão para risco de crédito atingiu R$ 7,008 bilhões, aumento de R$ 6,341 bilhões em relação ao mesmo período de 2015. Aí está incluída uma provisão complementar de R$ 2,072 bilhões. Com isso, o estoque total de provisão para risco de crédito chegou a R$ 11,6 bilhões em setembro de 2016.

O diretor da Área de Controladoria do BNDES, Ricardo Baldin, explicou que a provisão complementar foi feita diante do aumento da inadimplência. A inadimplência até 30 dias, antes da execução de garantias, ficou em 1,96% no encerramento do terceiro trimestre, contra 0,06% no fim de 2015. Já a inadimplência até 90 dias passou de 0,02% para 0,21%, entre o fim de 2015 e setembro passado.

“Houve um aumento no rebaixamento dos ratings das companhias para as quais o banco concede financiamento”, disse Baldin, em teleconferência com jornalistas encerrada no período da tarde desta sexta-feira, 18.

Por causa do aumento das provisões em 2016, o resultado líquido de intermediação financeira do BNDES no acumulado em nove meses passou de R$ 14,5 bilhões em 2015 para R$ 12,2 bilhões em 2016. Não fossem as provisões, o resultado de intermediação em nove meses teria passado de R$ 15,2 bilhões, em 2015, para R$ 19,2 bilhões, em 2016.

Isoladamente no terceiro trimestre, o lucro líquido de R$ 6,414 bilhões foi impulsionado pelo registro de R$ 4,514 bilhões em créditos tributários referentes às provisões. Baldin explicou que esses créditos ficaram concentrados no terceiro trimestre porque o BNDES não vinha registrando esses valores, embora tivesse direito pelas regras do Banco Central (BC).

Somente no terceiro trimestre, o BNDES terminou de implementar um sistema capaz de calcular adequadamente os valores dos créditos tributários com provisões. Segundo Baldin, como os valores de provisões eram baixos até o ano passado, a montagem do sistema não havia sido colocada como prioridade.

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