Protestos contra reajuste no preço do pão

Foto: Lucimar do Carmo/O Estado

Pãozinho está no centro das discussões em Mato Grosso.

O Movimento das Donas de Casa e Consumidores do Estado de Goiás ganhou ontem o apoio da Federação de Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), que congrega 123 sindicatos rurais do estado, contra o aumento no preço dos derivados de trigo. Juntos, querem esclarecer a população sobre aumentos nos preços do pão, do macarrão e os possíveis problemas de abastecimento da matéria-prima para a indústria.

?Nas últimas três safras, a produção de trigo caiu, em média, 40% no Brasil?, disse o presidente da Faeg, Macel Félix Caixeta, referindo-se às safras de 2003/04 e 2005/06. ?Além do pão, o país vive o risco de aumento nos preços do macarrão porque nos tornamos o maior importador de trigo do planeta porque o governo federal não incentiva a produção?, afirmou Caixeta.

De acordo com dados da Faeg, em Goiás a produção de trigo caiu de 80.251 toneladas na safra 2003/2004 para 44.423 toneladas na safra 2005/2006. E o Brasil, segundo a entidade, terá de importar trigo, além da Argentina, dos Estados Unidos, do Canadá e da Turquia. ?Por isso o preço do macarrão também vai subir?, alertou Caixeta.

Ontem, no segundo dia de boicote oficial ao preço abusivo do pão francês, o movimento das donas de casa manteve a distribuição das receitas de pão caseiro: ?A população se engajou na campanha, não teve receita para quem queria e até criaram uma lista de espera?, disse Nilza Bonfim, presidente da entidade.

Já o Procon de Goiás não conseguiu fechar um acordo sobre o preço do pão francês com o Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitarias do Estado de Goiás (Sindipão). Levantamento do próprio Procon estadual, feito entre os dias 27 e 30, revelou que em 105 estabelecimentos (padarias, supermercados e confeitarias) o preço do quilo de pão francês variou de R$ 2,99 (bairros periféricos) a R$ 8,00 (bairros nobres) em Goiânia. ?Está mais do que claro, para nós, que há problemas graves no preço e no mercado?, afirmou Sara Saeghe Ximenes, gerente do Procon.

O presidente do Sindipão, Luiz Gonzaga de Almeida, pediu um prazo, até a próxima segunda-feira, para apresentar uma planilha de preços nos moldes da Sunab – a última delas foi feita em março de 1984 – para esclarecer as causas da variação dos preços.

Durante a reunião, Gonzaga de Almeida disse que as padarias de Goiânia, na competição com os super e hipermercados, estariam produzindo o pão francês com apenas 35 gramas – e não 50 g – e vendendo o quilo a R$ 5,71. Disse, ainda, que a alteração foi comprovada pelo Inmetro. ?Eles (Inmetro) multaram uns e não multaram outros porque não têm poder de fiscalização?, disse o dirigente do Sindipão. O Ministério Público Estadual (MPE) confirmou que vai investigar a denúncia.

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