economia

Protesto pela saída do presidente da Eletrobras tem pouca mobilização

A manifestação da Associação dos Empregados da Eletrobras (Aeel) nesta sexta-feira, 10, em frente ao prédio administrativo da estatal, no Centro do Rio, não conseguiu mobilizar os funcionários. O protesto faz parte do Dia do Basta, mobilização nacional convocada por centrais sindicais, e pede, além da saída do presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, a suspensão da contratação do consultor jurídico Ricardo Brandão, cedido à companhia pela Advocacia Geral da União (AGU).

O Dia do Basta, que a partir das 16 horas terá ato na Praça XV, também no Centro, protesta contra o governo de Michel Temer e pede a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pela manhã, petroleiros também fizeram pequenos atos de protesto em unidades da Petrobras.

“Os trabalhadores deviam estar mais engajados pela situação que vivemos hoje, deveriam lutar por seus empregos, mas lamentavelmente não vieram”, admitiu ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) o diretor da Aeel Emanuel Mendes.

Entre as palavras de ordem gritadas pelos sindicalistas estava o bordão “Fora, Pinto!”, que junto com um pinto amarelo gigante chamava a atenção de quem passava na rua. Ao todo, pouco mais de 100 pessoas, entre curiosos e funcionários, assistiam ao protesto.

A Aeel é contra a privatização do sistema Eletrobras e faz parte do Coletivo dos Eletricitários, que vem tentando junto a parlamentares e através de ações judiciais impedir a privatização da estatal e de suas subsidiárias.

Segundo Emanuel, Ferreira foi nomeado presidente da companhia para “fatiar a Eletrobras” e vender ao setor privado. A contratação do consultor jurídico da AGU Ricardo Brandão teria como objetivo facilitar a venda. “A ideia do senhor Wilson Pinto sempre foi essa, fatiar a Eletrobras por dentro para vender. Ele trouxe esse consultor jurídico para facilitar o processo de venda, mas nós vamos recorrer desse processo, não será fácil para o governo fazer esse leilão”, disse, referindo-se ao leilão de cinco distribuidoras da Eletrobras e de 71 Sociedades de Propósito Específico (SPEs) que a empresa quer vender.

Até agora, a Eletrobras conseguiu privatizar apenas a distribuidora do Piauí, Cepisa arrematada pela Equatorial Energia no fim de julho, mas ainda aguarda uma votação no Congresso para privatizar outras cinco distribuidoras regionais. Já as SPES haviam recebido condicionantes do Tribunal de Contas da União (TCU), que barrou a venda direta da Intesa, empresa que opera a linha de transmissão que liga Belém (PA) a Brasília (DF).

A estatal já incluiu a Intesa na lista das SPEs à venda e anunciou que abriu o data room com informações sobre as companhias para os investidores interessados, mas ainda não marcou a data do leilão.

“O Coletivo Nacional dos eletricitários passou a semana passada todinha fazendo articulações com os senadores, inclusive o presidente do Senado, Eunício de Oliveira. Eles estão com dificuldade de colocar esse processo em regime de urgência para votação, então eu acho que a cada dia que passa fica mais difícil para este governo privatizar”, disse Mendes.

Sobre a contratação do consultor jurídico da AGU, o sindicalista explicou que os advogados contratados pelos empregados estão analisando se há conflito de interesse. “Ele já trabalhou em processo contrário à Eletrobras, como ele vai defender a empresa”, questiona Mendes.

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