Os funcionários da Bosch de Curitiba cruzaram os braços por cerca de duas horas, na manhã de ontem, para protestar contra a falta de abertura de negociações salariais. Os trabalhadores se concentraram em frente à sede da empresa, na Avenida Juscelino Kubitschek, na CIC, e bloqueando a rodovia por alguns minutos. A categoria, que tem data-base em dezembro, está reivindicando, entre outros itens, um aumento real de 5% nos salários. Porém a empresa teria oferecido apenas 2,5%. Os trabalhadores prometem novas mobilizações nos próximos dias.
De acordo com o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos, Edson Antônio dos Anjos, os trabalhadores não aceitam a proposta da empresa porque o índice corrige apenas a inflação do período. ?Nós queremos aumento real e a garantia das cláusulas sociais?, ponderou. Além do reajuste salarial, os trabalhadores pedem um aumento de 20% no piso da categoria, que hoje é de R$ 844. Também querem majoração dos valores pagos nas horas extras, convênio médico para aposentados, reembolso de medicamentos e férias programadas.
Outro ponto defendido pelos funcionários é a manutenção da carga horária de segunda a sexta-feira, e não de segunda a sábado como teria sugerido a empresa. Segundo Anjos, esses pontos foram amplamente discutidos com a categoria durante uma assembléia realizada há uma semana. ?Todos aceitaram essas propostas e deram um prazo de 48 horas para a empresa se manifestar. Até lá, continuaremos com a mobilização a cada troca de turno?, alertou.
Outro lado
A assessoria de imprensa da empresa enviou nota ontem, no final da tarde, sobre a mobilização dos metalúrgicos, na qual diz que ?sobre o processo de negociação salarial em Curitiba, a Robert Bosch esclarece que está sempre disposta a conversar com o Sindicato dos Metalúrgicos e que dará continuidade às negociações para conseguir um acordo comum sobre o reajuste salarial?.
?A proposta apresentada pela empresa constitui na correção dos salários pelo INPC (valor estimado em 2,5%) e horários alternativos de trabalho visando a manutenção de empregos em 2007?, continua o documento, e conclui: ?A Bosch acredita em manter uma postura transparente com seus colaboradores e espera contar com a compreensão destes durante o processo de negociação?.
