O movimento de produtores rurais contra a crise na agricultura continua ?engrossando?. Os protestos, que começaram no Mato Grosso e, em seguida, ganharam apoio de agricultores do Norte do Paraná e Goiás, ontem já mobilizavam Mato Grosso do Sul, Bahia, Tocantins, Rondônia e São Paulo. Os alvos das manifestações continuam sendo a política cambial e o baixo preço da soja, e a estratégia de chamar a atenção do governo federal continua sendo a de barrar a saída da produção. Em alguns estados rodovias foram fechadas, assim como algumas empresas de grãos. No Paraná, além das companhias e cooperativas, as ferrovias seguem bloqueadas.

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?O movimento aqui em Maringá continua e hoje (terça) esteve maior que ontem (segunda). A todo o momento chegam tratores e mais produtores para engrossar a manifestação. As empresas que trabalham com grãos continuam fechadas, para evitar o escoamento da produção?, informa o presidente do Sindicato Rural de Maringá, José Antônio Borghi. Segundo os manifestantes de Maringá, há bloqueio na ferrovia administrada pela América Latina Logística (ALL), na avenida Dezenove de Dezembro, região central da cidade. Outros pontos de bloqueio são as empresas Bunge, Cargil e Coimex, e as cooperativas Cocamar, Campos Verdes e Integrada. No município vizinho, Marialva, o bloqueio da linha férrea também permanece, com cerca de 50 tratores.

Ontem, outros municípios do Norte do Estado também aderiram aos protestos nacionais. Em Floresta, as cooperativas Cocamar, Cooperlivre e Integrada também foram fechadas. Em Floraí e Santa Fé, também houve bloqueios. ?Várias cidades estão mobilizadas para chamar a atenção do governo sobre a crise dos agricultores, dos quais muitos já chegaram quase à falência?, lamenta Borghi.

Produtores rurais de Arapongas e Cambé se juntaram aos de Rolândia nas manifestações. Nessa região, mais de 150 tratores e 350 produtores faziam os bloqueios, que também chegou à ferrovia da ALL, em Rolândia, no final da manhã de ontem. ?Aqui fecharam as cooperativas Corol, em Rolândia, e Integrada, em Arapongas. A mobilização é devido à crise na agricultura. A situação por aqui está feia também. Os agricultores não têm condição de pagar seus custeios. Há três anos estamos tendo problema de estiagem e há três anos o governo vem fazendo pouco caso e não resolvendo nossa situação?, afirma José Mendonça, do Sindicato Rural de Arapongas.

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Agricultores de Astorga também aderiram ao movimento e, ontem, começaram paralisações. A cooperativa Nova Produtiva e Integrada foram bloqueadas no município, impedindo a carga e descarga de produção. Pela manhã, o Banco do Brasil também foi fechado, mas liberado às 12h. Segundo o Sindicato Rural do município, participavam do movimento cerca de 600 produtores. ?Daqui não sai nenhuma produção. O projeto é ficar assim até o dia 16, se não tivermos alguma resposta antes?, afirma José Gonçalves, secretário executivo do sindicato.

O dia 16, limite dado pelo representante do sindicato rural de Astorga, é a data prevista para o presidente Lula discutir, com governadores de 12 estados, a crise da agricultura. Enquanto isso, o movimento aguarda uma solução, dando continuidade nas manifestações.

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