Indignados com a crise na BS Colway e o provável fechamento do Programa Bom Aluno mantido pela empresa, cerca de 300 estudantes fizeram uma passeata, ontem pela manhã, em Curitiba. Munidos de faixas da cor verde para simbolizar a esperança, os jovens caminharam da Praça Santos Andrade até a Boca Maldita em protesto contra o fechamento da empresa. Desde 16 de outubro, a BS Colway foi proibida de importar os pneus usados e, no dia 17 de dezembro anunciou a demissão de seus 700 funcionários.
Márcia Cristina Marins é mãe de dois jovens, Rafael e Cristiane, que tiveram a oportunidade de estudar em escolas particulares graças ao Programa Bom Aluno. Com o anúncio do fechamento da empresa, ela ficou desesperada. ?Se não fosse o Bom Aluno meus filhos não poderiam estudar em um colégio bom. Mas não fico preocupada só com eles, fico pensando naqueles que poderiam ter a mesma oportunidade e não terão?, comentou. O estudante Cleverson Doumey, que participa do Bom Aluno há três, disse que seu futuro é incerto. ?Agora não temos certeza se vamos continuar no projeto ano que vem e o pior é que não conseguimos mais matrículas em escolas públicas. Por que a BS Colway não deixa o programa para outra empresa patrocinar??, indagou.
O Programa Bom Aluno foi criado há 14 anos. A idéia do projeto foi da BS Colway e hoje é adotado por vários municípios em todo o País. Neste ano, todos os estudantes que passaram pelo projeto foram aprovados no vestibular. A supervisora do Bom Aluno na empresa, Luciana de Santa, lamentou que um trabalho tão bom seja jogado fora. ?Nosso foco não é só a educação, mas também a formação solidária do estudante. Eles são orientados a fazer uma transformação social?, afirmou. Para 2008, o Programa Bom Aluno recebeu mais de mil inscrições, mas são apenas 20 vagas. Os estudantes que se inscrevem são acompanhados no projeto desde a 5.ª série e, quando chegam à 8.ª já estão inseridos em alguma escola ou curso.
