Há nove dias em greve, bancários de Curitiba protestaram de forma bem-humorada no centro da capital. Os grevistas foram acompanhados de um repentista e pararam em frente às agências dos bancos Bradesco e HSBC, ambos com interditos proibitórios que garantem o funcionamento normal das unidades no período da paralisação.
Segundo os manifestantes, a ação bem-humorada serviu para mostrar para os usuários dos bancos as dificuldades que os grevistas estão tendo para negociar. O repentista Gaudino de Ataua brincou com os valores recebidos pelos bancários. “Com esse salário não consigo nem pagar os estudos dos meus filhos”, cantava.
Após as apresentações, discursos reforçavam a campanha de greve. Dentro de uma das agências do Bradesco o repentista improvisou versos sobre o banqueiro rico e o bancário pobre. Clientes do banco que aguardavam na fila aplaudiram o artista, em sinal de apoio à campanha do Sindicato dos Bancários.
Adesão
Em todo o País estão fechadas 8.328 agências. No Estado são 673 agências paralisadas e 15,2 mil bancários (63% da categoria) de braços cruzados. Somente em Curitiba e região metropolitana já são contabilizadas 288 agências de portas fechadas. Na capital, estão fechadas 207 agências – todas do Banco do Brasil e da Caixa e ainda unidades de bancos privados, como Itaú e Santander.
Nos municípios vizinhos à capital, há 81 agências fechadas, incluindo todas as da Caixa, a maioria do Banco do Brasil e, em bancos privados, aderiram à paralisação trabalhadores de São José dos Pinhais, Pinhais, Piraquara, Quatro Barras, Araucária, Colombo e Fazenda Rio Grande.
A 2ª Vara do Trabalho de São José dos Pinhais concedeu interdito ao HSBC para que ele tenha a posse de seus imóveis no município. Apesar do juízo reconhecer que “o direito de propriedade não deve impedir o livre exercício do direito de greve”, as agências do banco na cidade reabriram nesta quarta-feira.
Já em Araucária, a 1ª Vara do Trabalho indeferiu o pedido de interdito proibitório feito pelo banco Itaú contra a greve dos trabalhadores.
Nesta quarta-feira (5), às 17h, uma nova assembleia está marcada para avaliar a greve. Contudo, a reunião não será deliberativa, pois não há nova proposta para ser apreciada pelos grevistas.