No dia 10 de fevereiro deste ano, foram iniciados os trabalhos de dragagem emergencial do Canal da Galheta, que dá acesso ao Porto de Paranaguá. Na ocasião, a promessa da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) era de que a obra seria concluída em 100 dias.
Porém, a poucos dias de completar o prazo, a obra retirou cerca de 40% do volume de sedimentos estimado, e o contrato da empreitada terá que ser prorrogado. Isso porque problemas técnicos no equipamento impediram a conclusão dos trabalhos no tempo previsto.
O superintendente da Appa, Daniel Lúcio Oliveira de Souza, conversou, esta semana, com a reportagem de O Estado e procurou esclarecer questões técnicas que levaram ao atraso.
“O equipamento chegou em plenas condições operacionais, mas houve uma pane muito grave em um dos motores”, afirmou, referindo-se à draga holandesa HAM 310. Segundo Souza, o equipamento também trabalha com apenas um dos motores, mas o conserto era inevitável.
Até agora, a draga conseguiu, conforme Souza, retirar 1,4 milhão de metros cúbicos de sedimentos – perto de 40% dos cerca de 3,67 milhões de metros cúbicos previstos.
O superintendente explicou que o volume retirado corresponde ao que estava depositado nas áreas mais críticas, onde, para ele, já houve grande melhoria. “A draga já tirou o risco iminente de colapso total de navegação no canal”, concluiu.
Souza também garantiu que a prorrogação do contrato, que deverá se dar por meio de um termo aditivo, não irá gerar custos adicionais ao Estado. “É apenas uma dilação de prazo”, apontou, esclarecendo que a formalidade visa também manter equipamentos e funcionários, que são estrangeiros, regularizados perante órgãos públicos. “Ainda continuamos com áreas que precisam ser recuperadas, e a empresa entende isso, tanto que concorda em firmar o acordo”, completou.
O superintendente da Appa ainda afirmou que a prorrogação não prejudica o direito da Appa de aplicar multa à empresa contratada, pelo não cumprimento do prazo. Porém, a aplicação ou não da penalidade ainda será estudada pela administração.
“Isso será avaliado. Agora não é momento de confronto contratual”, observou Souza. No momento, a draga está parada, já que estão sendo feitos ajustes no motor.
Defeito
A quebra da draga holandesa foi causada, segundo Souza, por uma falha em uma pequena peça que regula o giro do motor. Era um pino que, ao se soltar permitiu que o motor trabalhasse em alto giro, que não foi detectado pelos operadores do equipamento.
“Ela entrou em sobregiro e acabou afetando outras peças. Só se salvou o bloco”, contou o superintendente. As peças e técnicos – explicou Souza – vieram da Polônia, país de fabricação do motor.
