O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira, 9, que a ideia de propor mudanças à chamada regra de ouro do Orçamento partiu da equipe econômica do governo e que decidiu enterrar o assunto quando viu que o debate estava caminhando para a “politização”. Em entrevista à Rádio Jovem Pan, Maia esclareceu que sua proposta inicial, juntamente com o deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ), era introduzir uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que abordasse apenas os gastos obrigatórios do governo.

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“Em novembro chamei o Pedro Paulo e disse para introduzirmos esse debate (dos gastos obrigatórios). Ele começou a trabalhar nisso e pediu uma reunião com a equipe econômica. Ali, foi introduzido, pelo governo, a importância da questão da regra de ouro. Não queria tratar desse assunto, mas já que é interesse do governo, introduzimos esse assunto no debate. (Posteriormente), saiu a interpretação de que a ideia da mudança da regra de ouro partiu da PEC que eu pedi ao Pedro Paulo”, reclamou o presidente da Câmara. “Como vi que esse discurso estava caminhando para a politização”, prosseguiu, se referindo a uma coletiva do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD) na sexta-feira à noite, em que ele se colocava contra a suspensão da regra, “disse então que iríamos tratar da PEC de despesas obrigatórias.”

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E acrescentou: “Não vou aqui deixar de assumir aquilo que defendo. Também não transfiram para mim o que não é responsabilidade minha. Se quiserem discutir congelamento de salários, redução dos incentivos fiscais, qualquer tema que seja, estou disposto a enfrentar o debate em conjunto. Agora, a regra de ouro fica para o próximo presidente da Câmara.”

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O presidente Câmara trava com Meirelles uma disputa interna para ver quem se viabiliza como candidato do governo à sucessão do presidente Michel Temer. Como compartilham discursos e uma faixa de eleitorado bastante semelhantes, os dois agem agora para distanciar seus perfis e conquistar a preferência dos demais partidos do Centrão.

Apesar disso, o deputado fluminense buscou minimizar a entrevista publicada nesta terça pelo jornal O Globo, em que não descarta o próprio nome para concorrer à Presidência da República. “Se achasse que não tinha risco, estava me preparando (para disputar a presidência). Como ainda acho que não tem fundamento concreto para candidatura, vou trabalhar para que meu partido e campo ideológico possa construir candidatura vitoriosa em 2018, independente de nome.”

Previdência

Ele também reiterou seu compromisso em trabalhar pela reforma da Previdência. “A partir do dia 22 vou chamar todos os líderes e tentar convencer um por um. Quero chegar antes do carnaval com cenário claro da possibilidade ou não de chegarmos aos 308 votos”, disse, acrescentando que qualquer proposta de alterar o projeto em discussão “vai ter que ter a clareza de que não vai mexer nessa economia de R$ 490 bilhões, R$ 500 bilhões em dez anos.”