O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse nesta segunda-feira (22) em entrevista que a companhia está reavaliando todos os seus projetos, caso a caso, diante da nova ótica mundial da crise financeira. Ele disse que não haverá mudança nos cronogramas de licitações previstas para o curto prazo, mas, ao mesmo tempo em que negou que já tenha havido cancelamento de algum projeto, descartou a manutenção dos cronogramas de entrada em operação das unidades previstas a qualquer custo.

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“Não vamos aceitar custos altos”, disse Gabrielli, citando que os fretes de navios sólidos (transporte de minério), que estavam na casa superior a US$ 200 mil a diária, já estão em US$ 8 mil, e que o aço teve queda de 40%. “Há uma expectativa de que os preços de equipamentos do setor de petróleo também devem cair. Mas não sabemos quanto e quando. Portanto, não vamos contratar equipamentos no pico de preço”, disse.

Ele confirmou a possibilidade de vir a suspender licitações, que julgar estar fora da média de preços, e lembrou que os preços das propostas abertas para a P-61 e P-63 na última sexta-feira não refletiram a atual tendência de queda de preços. A Agência Estado antecipou na sexta-feira que a Petrobras deve cancelar pelo menos a encomenda da P-61.

Ainda nesta mesma linha, Gabrielli negou que tenham sido renegociados os contratos para construção e afretamento de 12 sondas de perfuração para o pólo de Tupi. Ele disse que a empresa ainda não foi procurada por nenhum dos fornecedores, que assumiram as encomendas. “Se isso ocorrer, vamos estudar caso a caso”.

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Segundo ele, especialmente na área de refino, em que a companhia havia anunciado antes da crise a construção de quatro refinarias no valor de US$ 45 bilhões no total, “todos os projetos estão em fases diferentes de maturação”.

Com maior detalhamento, em café da manhã oferecido à imprensa, o diretor de Abastecimento e Refino da estatal, Paulo Roberto Costa, destacou que as unidades do Ceará e do Maranhão – principais alvos do mercado financeiro como potenciais investimentos suspensos no novo plano estratégico da empresa – estão ainda em fase inicial. “Estamos por enquanto olhando os licenciamentos e os compromissos assumidos pelos governos estaduais”, afirmou.

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Já a Refinaria do Nordeste, que está sendo construída em parceria com a venezuelana PDVSA, está no momento em fase de negociação dos contratos de entrega do óleo. A refinaria vai processar óleo venezuelano. Sobre o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), Gabrielli destacou que há vários projetos correndo paralelamente e que todos serão avaliados sob este novo cenário de custos, que deverão cair “em breve”. Segundo ele, “isso ainda não aconteceu, mas há esta expectativa”.