O projeto de lei 29, que abre o mercado de TV paga às teles e define cotas de conteúdo audiovisual, passará a tramitar na Comissão de Defesa do Consumidor, e não mais na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados. A mudança atende a requerimento do deputado Cezar Silvestri (PPS/PR), aprovado nesta quinta-feira (28) pela presidência da Casa.

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A votação ficou emperrada na Comissão de Ciência e Tecnologia principalmente por discordâncias sobre a definição de cotas de conteúdo audiovisual nacional, colocando em ringues opostos produtores independentes, operadoras de TV paga e grandes radiodifusores. As empresas de TV fechada também reagiram à entrada irrestrita das teles em seu mercado, mas esse problema acabou ficando menor com a imposição das cotas.

Com a alteração anunciada hoje, todos os prazos regimentais voltam à estaca zero, tornando muito difícil a votação do PL em 2008. Um novo relator terá de ser designado para conduzir as discussões. Até agora, a relatoria ficava a cargo de Jorge Bittar (PT-RJ). Foi ele o responsável por adicionar o tema das cotas de conteúdo nacional no projeto. Ao transferir a discussão para outra comissão, o PL 29 será votado em sua forma original, ou seja, o substitutivo sugerido por Bittar fica de fora.

O documento original, de autoria do deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC), se limitava a discorrer sobre a convergência tecnológica, abrindo a possibilidade de as operadoras de telefonia poderem ofertar TV por assinatura independente da tecnologia de transmissão.

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No começo do mês, em evento promovido pela Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA), Bittar havia dito que a Comissão de Ciência e Tecnologia tinha conseguido avançar quase 100% no assunto, mas que ainda existiam “discussões residuais”.