Montevidéu – A Argentina vê problemas "onde não existem", afirmou o ministro de Transporte do Uruguai, Victor Rossi, a propósito do pedido feito por Buenos Aires de relatórios sobre um projeto de construção de um porto na província uruguaia de Soriano para exportar minério brasileiro.
A empresa Rio Tinto, terceira mundial em exploração, extração e processamento de minerais, planeja construir um porto na cidade de La Agraciada, na província de Soriano, para levar a produção de sua mina em Corumbá, no Brasil, para o mundo. O investimento estimado para a obra é de US$ 205 milhões.
"Não pode haver entre dois países uma comunicação de coisas que não existem", disse o ministro ao jornal El País. Segundo ele, "a apresentação do projeto já foi feita, mas no Uruguai não tomamos ainda nenhuma ação e muito menos adotamos nenhuma definição sobre a proposta".
"Na Argentina, vivem procurando o novo pêlo no ovo", acrescentou, ao ser perguntado se Montevidéu havia pedido alguma autorização à Comissão Administrativa do Rio Uruguai (Caru) para a instalação de um porto da empresa Rio Tinto no Rio Uruguai.
Rossi assegurou que o Uruguai informará a Argentina por meio da Caru quando o ministério do Transporte terminar os estudos sobre o projeto da mineradora.
"Quando chegar o momento, [a chancelaria argentina] receberá uma comunicação sobre o projeto", disse.
A Argentina e o Uruguai atualmente se enfrentam no Tribunal Internacional de Haia devido a um de seus piores conflitos diplomáticos, motivados pela instalação da fábrica de celulose da finlandesa Botnia na cidade uruguaia de Fray Bentos, na região fronteiriça do rio Uruguai. Para Buenos Aires a fábrica é uma ameaça constante de contaminação ambiental.