Alunos e professores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) estão testando lodo de esgoto na produção de duas variedades de crisântemos. Os resultados são animadores, pois, segundo a equipe de trabalho, será possível substituir até 16% do substrato vegetal utilizado na produção das espécies.
Embora seja necessário uma análise econômica mais detalhada, é certo que a utilização desse material na produção de flores em escala determinará uma economia para o produtor. Além disso, o projeto pode representar importante avanço ecológico.
“A utilização do lodo de esgoto na produção de flores também representa o uso nobre de um resíduo que hoje se caracteriza como um sério problema ambiental”, diz o professor Antônio Carlos Saraiva Lopes, orientador do projeto, que serve de estudo em tese de doutorado de alunos de pós-graduação da universidade. “A preocupação é de que esses resíduos sejam utilizados de forma apropriada e em condições de controle.”
O cuidado visa não só o controle com relação ao tratamento adequado, mas também a garantia de uso desse material. O professor da UEM explica, por exemplo, que o aproveitamento do lodo em cultivo de alimentos não é indicado por causa do risco da contaminação e a persistência de microorganismos patogênicos. Por isso, o projeto se preocupou em restringir a aplicação do resíduo à produção de flores.
Antes de ser reutilizado, o lobo bruto passou por dois tipos de tratamento: com cal virgem e com autoclave (aparelho de desinfecção que utiliza alta temperatura e pressão). O projeto contou com o apoio da Sanepar no fornecimento do resíduo.
Alunos e professores do Programa de Pós-Graduação em Agronomia da UEM trabalham em vários projetos de pesquisa ligados à reciclagem de diferentes resíduos e seu reaproveitamento para produção de flores. Neste segmento, também existem pesquisas sobre o reaproveitamento de resíduos agrícolas (restos de alimento, podas de árvores) e industriais (resíduos originados a partir do processo de galvanoplastia das Indústrias Romagnole Ltda).